Stresse vivenciado por enfermeiros no serviço de urgência

Publication year: 2018

Este trabalho é o resultado de uma investigação realizada junto de enfermeiros a exercerem em Serviços de Urgência. Tem como objectivos identificar os fatores indutores de stresse percebidos pelos enfermeiros do SU e de que modo as situações stressantes, percebidas pelos enfermeiros, interferem na prestação de cuidados de enfermagem. Trata-se de um estudo quantitativo, com corte transversal, descritivo analítico-correlacional. Os dados foram colhidos junto de 42 enfermeiros de dois Serviços de Urgência, sendo uma amostra maioritariamente feminina (71,4%), com uma média de idades de 34,31 anos, prevalecendo os enfermeiros com menos de 30 anos e entre os 3-40 anos (40,5% e 38,1% respetivamente). O instrumento de recolha de dados foi um questionário com questões de caracterização sociodemográfica e profissional e pela Escala de Stresse Profissional em Enfermeiros (ESPE) ? versão portuguesa da Nursing Stresse Scale de Gray-Toft e Anderson (1981), adaptada para a população portuguesa por Santos e Teixeira (2008).

Verificámos que as situações mais stressantes para os enfermeiros em estudo foram:

as alterações inesperadas no horário e no plano de trabalho, a falta de tempo para executar todas as atividades de enfermagem e a falta de pessoal para cobrir de forma adequada as necessidades do serviço. A morte e o sofrimento constituíam-se como o fator mais percecionado como potencial fonte de stresse com interferência na prestação de cuidados, seguindo-se o fator carga de trabalho e os conflitos com os médicos. A falta de apoio é o fator menos percecionado pelos participantes como potencial fonte geradora de stresse e com interferência na prestação de cuidados