Representações sociais de enfermeiros que atuam em cuidados paliativos sobre a espiritualidade

Publication year: 2021

Introdução:

A espiritualidade tem sido reconhecida como fonte de recurso interno no enfrentamento das adversidades e eventos traumatizantes e estressantes, relacionados ao processo saúde doença. Como uma das dimensões humanas, a espiritualidade é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde no conceito de saúde.

Objetivo:

Conhecer as representações sociais da espiritualidade para enfermeiros que atuam em cuidados paliativos; Identificar as necessidades/demandas espirituais do paciente e suas influências no cuidado, à luz das representações sociais dos enfermeiros; Descrever as práticas/estratégias utilizadas pelos enfermeiros que eles consideram que estejam relacionadas à espiritualidade; Analisar as possibilidades de inseri-las no cuidado aos pacientes e suas famílias em uma clínica de cuidados paliativos.

Método:

abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, com aplicação da Teoria das Representações Sociais. Participaram 34 enfermeiros da Internação Hospitalar, Assistência Domiciliar e ambulatório da Unidade de Cuidados Paliativos de um Instituto Nacional referência no tratamento oncológico, localizado no município do Rio de Janeiro.

Critérios de inclusão:

estar lotado em um dos setores supracitados no período de produção de dados, independentemente de ter ou não credo e/ou religião.

Critérios de exclusão:

estar afastado do trabalho por qualquer motivo no período da produção de dados e estar lotado temporariamente em um dos setores. Os dados foram coletados por meio de entrevista individual com aplicação de um questionário sobre a identificação e perfil profissional sociodemográfico dos participantes e de um roteiro com perguntas abertas. A análise dos dados do questionário foi realizada por estatística descritiva simples e percentual e, aos dados das entrevistas, aplicou-se a análise do tipo lexical, com uso do software Alceste.

Resultados:

A maioria é do sexo feminino (31 - 91,18%); faixa etária prevalente de 36 a 50 anos (18 - 52,94%); predomínio da religião católica (13 - 38,23%); 55,88% tiveram formação em Instituições Privadas; 79% deles possuem especialização; 70,59% têm entre 6 a 20 anos de experiência em cuidados paliativos.

O Alceste gerou dois blocos:

um abrangeu a formação profissional e o outro, a prática. O primeiro bloco compôs-se da Classe 1 que abarcou a necessidade de formação do Enfermeiro, estratégias de ensino aprendizagem e a necessidade de espaços formais de discussão; o segundo bloco foi composto pelas Classes 2, 3 e 4 e tratou dos espaços e rituais nos quais os enfermeiros buscam exercer/fortalecer sua espiritualidade e a ideia do espaço construído com as relações; as concepções sobre a espiritualidade para o enfermeiro no contexto dos cuidados paliativos, e as demandas dos pacientes e da equipe às necessidades espirituais, respectivamente.

Considerações finais:

A espiritualidade é concebida como sustento e fonte de força na vida pessoal e profissional. É essencial para os pacientes, profissionais e familiares, proporciona bem-estar e resiliência para o enfrentamento das adversidades. Foram identificadas estratégias para o cuidado de si, para os pacientes e também organizacionais como possibilidades para inseri-las no cuidado em uma clínica de cuidados paliativos. A educação permanente emergiu como meio de suprir a carência da formação sobre o tema e para viabilizar a implementação de cuidados na prática clínica.

Introduction:

Spirituality has been recognized as a source of internal resources in facing adversities and traumatic and stressful events related to the health-disease process. As one of the human dimensions, spirituality is recognized by the World Health Organization in the concept of health.

Objective:

To know the social representations of spirituality for nurses who work with palliative care; To identify the patient’s spiritual needs/demands and their influences on care, in light of nurses’ social representations; To describe the practices/strategies used by nurses that they consider to be related to spirituality; To analyze the possibilities of including them in the care of patients and their families in a palliative care clinic.

Method:

qualitative, descriptive and exploratory approach, applying the Theory of Social Representations. Thirty- four nurses from Hospital Admission, Home Care and outpatient from the Palliative Care Unit of a reference National Institute in cancer treatment, located in the city of Rio de Janeiro, participated in the study.

Inclusion criteria:

be allocated to one of the sectors mentioned above in the period of data production, regardless of whether having or not a creed and/or religion.

Exclusion criteria:

being away from work for any reason during the period of data production and those temporarily assigned to one of the sectors. The data were collected through individual interviews with the application of a questionnaire on the identification and professional socio- demographic profile of the participants and a script with open questions. The analysis of the questionnaire data was by simple and percentage descriptive statistics and to the data of the interviews, the analysis of the lexical type was applied, using the Alceste software.

Results:

The majority are female (31 - 91.18%); prevalent age group from 36 to 50 years old (18 - 52.94%); predominance of the Catholic religion (13 - 38.23%); 55.88% were trained in Private Institutions; 79% of them have specialization; 70.59% have between 6 and 20 years of experience in palliative care.

Alceste generated two blocks:

one covered vocational training and the other evaluated practice. The first block consisted of Class 1, which encompassed the need for training nurses, teaching and learning strategies and the need for formal spaces for discussion; the second block consisted of Classes 2, 3 and 4, and dealt with the spaces and rituals in which nurses seek to exercise/strengthen their spirituality and the idea of the space built with relationships; the concepts about spirituality for nurses in the context of palliative care; and the demands of patients and staff on spiritual needs, respectively.

Final considerations:

Spirituality is conceived as a support and source of strength in personal and professional life. It is essential for patients, professionals and family members, provides well- being and resilience to face adversity. Strategies for self-care, for patients and also organizational ones were identified as possibilities to insert them in the care in a palliative care clinic. Permanent education has emerged as a means of filling the gap of training about the subject and to enable the implementation of care in clinical practice.

Introducción:

La espiritualidad ha sido reconocida como fuente de recursos internos para enfrentar adversidades y eventos traumáticos y estresantes relacionados con el proceso salud- enfermedad. Como una de las dimensiones humanas, la espiritualidad es reconocida por la Organización Mundial de la Salud en el concepto de salud.

Objetivo:

Conocer las representaciones sociales de la espiritualidad del enfermero que trabaja en cuidados paliativos; Identificar las necesidades / demandas espirituales del paciente y sus influencias en la atención, a la luz de las representaciones sociales de los enfermeros; Describir las prácticas y estrategias empleadas por los enfermeros, que consideren relacionadas con la espiritualidad; Analizar las posibilidades de insertarlas en el cuidado de los pacientes y sus familiares en una clínica de cuidados paliativos.

Método:

enfoque cualitativo, descriptivo y exploratorio, aplicando la Teoría de las Representaciones Sociales. Participaron 34 enfermeros de Admisión Hospitalaria, Atención Domiciliaria y ambulatorios de la Unidad de Cuidados Paliativos de un Instituto Nacional de referencia en tratamiento del cáncer, ubicado en la ciudad de Río de Janeiro.

Criterios de inclusión:

estar asignado a uno de los sectores mencionados anteriormente en el período de producción de datos, independientemente de que tenga o no credo y/o religión.

Criterios de exclusión:

estar fuera del trabajo por cualquier motivo durante el período de producción de datos y estar asignado temporalmente a uno de los sectores. Los datos fueron recolectados a través de entrevistas individuales con la aplicación de un cuestionario sobre la identificación y perfil sociodemográfico profesional de los participantes y un guión con preguntas abiertas. El análisis de los datos del cuestionario fue por estadística descriptiva simple y porcentual y a los datos de las entrevistas se les aplicó el análisis del tipo léxico, utilizando el software Alceste.

Resultados:

La mayoría son mujeres (31 - 91,18%); grupo de edad prevalente de 36 a 50 años (18 - 52,94%); predominio de la religión católica (13 - 38,23%); 55,88% tiene formación en Instituciones Privadas; 79% de ellos tienen especialización; 70,59% tiene entre 6 y 20 años de experiencia en cuidados paliativos.

Alceste generó dos bloques:

uno de formación profesional y otro de prácticas. El primer bloque consistió en la Clase 1, que abarcó la necesidad de formación del enfermero, estrategias de enseñanza y aprendizaje y la necesidad de espacios formales de discusión; el segundo bloque consistió en las Clases 2, 3 y 4 y trató de los espacios y rituales en los que los enfermeros buscan ejercitar y fortalecer su espiritualidad y la idea del espacio construido con las relaciones; concepciones sobre espiritualidad para enfermeros en el contexto de los cuidados paliativos; y las demandas de los pacientes y el personal sobre las necesidades espirituales, respectivamente.

Consideraciones finales:

La espiritualidad se concibe como soporte y fuente de fortaleza en la vida personal y profesional. Es fundamental para los pacientes, profesionales y familiares, brinda bienestar y resiliencia para enfrentar la adversidad. Se identificaron estrategias de autocuidado, para los pacientes y también organizativas, como posibilidades para insertarlas en el cuidado en una clínica de cuidados paliativos. La educación permanente ha surgido como un medio para suplir la falta de formación en el tema y para posibilitar la implementación del cuidado en la práctica clínica.