Competências específicas do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação: Perspetiva profissional
Publication year: 2013
As competências só existem enquanto processo dinâmico de articulação de conhecimentos técnicos - científicos e a obtenção de um tipo de resposta satisfatória na interação com o meio envolvente. A competência não é estática, não resulta só de conhecimentos adquiridos, mas é, antes, um processo adaptativo e progressivamente evolutivo desde as aplicações dos saberes teóricos às diversidades e adversidades dos quotidianos. O termo competência evoca em si mesmo a excelência do fazer, a validade, a grandeza dos saberes e do saber ? fazer num dado domínio.
A reabilitação enquanto especialidade multidisciplinar compreende um corpo de conhecimento e procedimentos específicos. Assim o enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilitação deve possuir um elevado nível de conhecimentos e experiência acrescida que lhe permita conceber planos de enfermagem de reabilitação e que demonstra níveis elevados de julgamento clínico e tomada de decisão relativas à promoção da saúde, prevenção de complicações secundarias, tratamento e reabilitação, maximizando o potencial da pessoa. Esta aquisição de competências pressupõe um conjunto de conhecimentos, de capacidades, de intervenção e de comportamentos estruturados em função de uma finalidade que permite agir em contexto.
Com esta investigação pretende-se: conhecer as competências mais valorizadas, a perceção do grau de competência e as necessidades de formação relativas as competências especificas do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação e identificar as diferenças entre o tempo de especialidade e o contexto profissional, na valorização das competências, no grau de competência e nas necessidades de formação. Para a colheita de dados foi aplicado um questionário, que inclui: Escala de Competências Especificas do Enfermeiro de Reabilitação (ECEER): Importância atribuída; Grau de competência; Necessidades de formação.
Para testar as hipóteses formuladas utilizou-se os testes não-paramétricos: Wilcoxon-Mann-Whitney; Coeficiente de correlação de Spearman; Kruskal-Wallis. Dos resultados obtidos, salienta-se que a variável importância atribuída não conduziu a diferença estatisticamente significativa no grau de competência percebido e nas necessidades de formação. Relativamente ao grau de competência e as necessidades formativas os resultados evidenciam uma relação estatisticamente significativa para os enfermeiros inquiridos (n= 38).
Já para as hipóteses referentes às variáveis tempo de especialidade, prestação/não prestação de cuidados essencialmente de enfermagem de reabilitação e o tempo na prestação de cuidados de enfermagem de reabilitação, não se encontrou qualquer diferença estatisticamente significativa com a valorização das competências, o grau de competência percecionado e as necessidades formativas.