O impacto das práticas organizacionais e do empowerment psicológico nos comportamentos de mobilização, satisfação no trabalho e turnover dos enfermeiros: Um estudo empírico realizado em contexto hospitalar

Publication year: 2017

O sistema nacional de saúde tem estado sujeito nas últimas décadas ao impacto das mudanças estruturais influenciadas pela globalização e pelo advento das Tecnologias de Informação. Têm sido efetuados alguns estudos em relação aos enfermeiros, nomeadamente, no que diz respeito à diminuição do número de profissionais e consequente reflexo nas organizações. Alguns estudos comprovaram que as práticas relacionadas com a organização do trabalho (empowerment estrutural) podem facilitar e promover um estado psicológico (empowerment psicológico) favorecedor dos comportamentos de mobilização. Outras investigações comprovaram os efeitos positivos do empowerment nos níveis de satisfação no trabalho. O objetivo do estudo visa compreender a influência das práticas de organização do trabalho e do empowerment psicológico nos comportamentos de mobilização dos recursos humanos e seus impactes nos resultados organizacionais e no desempenho individual (satisfação e turnover). Esta investigação encontra-se ancorada no Modelo de Mobilização de Recursos Humanos adaptado do Modelo Teórico de Tremblay. O estudo avaliou a relação entre comportamentos de mobilização, empowerment psicológico, práticas de organização no trabalho, satisfação no trabalho e turnover. Foram analisadas as propriedades psicométricos dos instrumentos utilizados. A amostra constituiu-se por 338 enfermeiros de um hospital central da região centro de Portugal. Recorreu-se aos seguintes instrumentos de avaliação: escalas de Empowerment Psicológico, Satisfação Geral no Trabalho, Turnover e Comportamentos de Mobilização e recolhidas variáveis sociodemográficas. As escalas evidenciaram proporiedades psicométricas adequadas. A análise fatorial em componentes principais apresentaram valores na medida de Kaiser-Meyer-Olkin e no teste de esferecidade de Bartlett adequados, assim como valores de consistência interna adequados. No estudo correlacional observámos correlações estatisticamente significativas entre as variáveis Comportamentos de Mobilização, Empowerment Psicológico, Práticas de Organização no Trabalho e Satisfação Geral no Trabalho. Globalmente, o modelo de regressão linear múltipla efetuado evidenciou valor preditivo dos Comportamentos de Mobilização. Concluímos que as variáveis Empowerment Psicológico, Práticas de Organização no Trabalho e Satisfação Geral no Trabalho são determinantes para os Comportamentos de Mobilização, pelo que os gestores deverão fomentar o desenvolvimento destes preditores.