O enfermeiro no pré-hospitalar: Perspetiva do enfermeiro da viatura médica de emergência e reanimação
Publication year: 2018
A Emergência Pré-Hospitalar em Portugal é um tema amplamente discutido nos dias de hoje, em que a presença do Enfermeiro na prestação de cuidados neste contexto parece ainda não reunir consensualidade. Torna-se por isso fundamental, desenvolver conhecimento nesta área de modo a ajudar os Enfermeiros a definir a sua posição baseados em evidência científica.
Este estudo visa conhecer e compreender as intervenções do Enfermeiro no Pré-Hospitalar perante o doente crítico; analisando a prioridade na prática e importância atribuída às intervenções no atendimento Pré-Hospitalar ao doente crítico, segundo os Enfermeiros da VMER, e perceber se a informação que registam é fidedigna com aquilo que fazem na sua prática diária.
Desenvolveu-se um estudo não-experimental exploratório-descritivo transversal, inicialmente através da aplicação de um questionário a 22 Enfermeiros da VMER sobre a abordagem primária ao doente crítico e outras competências inerentes à sua prática, e depois através de um estudo retrospectivo analisou-se os registos dos verbetes presentes no Mobile Clinic do INEM de três VMER da Região Centro no mês de julho de 2012.
Os principais resultados revelam que a maioria das intervenções relacionadas com a abordagem primária ao doente crítico assumem-se como prioritárias e importantes na prática diária dos Enfermeiros, havendo um registo inicial dessas mesmas intervenções nos verbetes estudados. Por outro lado, não houve o registo da maioria das intervenções associadas às competências relacionais esperadas por parte do Enfermeiro durante a sua atuação e às quais estes atribuem uma importância relevante na sua atuação.
Com base nos resultados obtidos compreende-se que os conhecimentos e competências do Enfermeiro aplicadas neste contexto são uma mais-valia para o doente crítico. Caso não esteja presente na Emergência Pré-Hospitalar a Enfermagem vê diminuída as suas áreas de atuação, o que representaria uma perda para a profissão, bem como para a população, alvo dos nossos cuidados.