Conhecimento e perceção dos profissionais de saúde sobre higienização das mãos em unidades do doente crítico

Publication year: 2022

A necessidade de realizar uma higienização das mãos de forma correta e eficaz por forma a diminuir as Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde e a melhorar a prestação de cuidados de excelência, representam um assunto incontestavelmente atual.

Objetivo Geral:

Analisar o conhecimento e a perceção dos profissionais de saúde de um Centro Hospitalar do Norte de Portugal a exercer funções em Serviços de Urgência e Unidade Cuidados Intensivos Polivalente sobre a higienização das mãos.

Métodos:

Estudo transversal analítico realizado numa população de 183 profissionais de saúde. Definiram-se como critérios de inclusão: disponibilidade dos profissionais a participarem neste estudo, exercer funções nos serviços de urgência e na unidade de cuidados intensivos polivalente, ser médico/enfermeiro/técnico de diagnóstico e terapêutica, a prestar cuidados à data num Centro Hospitalar do Norte de Portugal e responderem à totalidade do questionário. Após a aplicação dos critérios de inclusão obtivemos uma amostra de 88 profissionais. O período da recolha dos dados foi efetuado entre abril a julho de 2020. Como Instrumento de recolha de dados foi utilizado o questionário adaptado da Organização Mundial de Saúde, intitulado “Perceção e Conhecimentos dos profissionais de saúde sobre higiene das mãos e suas implicações na Infeção Associada aos Cuidados de Saúde”. O estudo obteve parecer favorável da comissão de ética (n.º 52/2019), tendo sido os dados tratados e introduzidos com recurso ao SPSS versão 20.

Resultados:

Dos 88 participantes do estudo, 70,45% (62) eram do sexo feminino, 55,68% (49) casados, a idade média foi de 35,77 ±6.74, enfermeiros 48,86% (43), trabalham há mais de 10 anos, 38,64% (34) e exercem a sua profissão no serviço de urgência 80,68% (71). Os médicos apresentaram um score de conhecimento superior (18.72%). Verificamos diferenças, estatisticamente significativas, entre o conhecimento com o sexo (p=0.041, u=587.5), o tempo de serviço (p=0.048), e o serviço (p<0.001). Os profissionais que trabalham na unidade de cuidados intensivos polivalente apresentam uma média de conhecimento maior que os do serviço de urgência (22.8/16.4). Verificamos que as mulheres possuem mais conhecimento que os homens. O conhecimento aumenta desde o momento de admissão até 5 anos de tempo de serviço e depois é gradual nos dois serviços. Relativamente à perceção observamos diferenças, estatisticamente significativas, com a profissão, os médicos da unidade de cuidados intensivos polivalente apresentam uma média de perceção do conhecimento maior, enquanto que os enfermeiros mantêm a média idêntica nos dois serviços. Observamos uma correlação positiva entre o conhecimento e a percepçao do conhecimento.

Conclusão:

Os profissionais de saúde que trabalham na unidade de cuidados intensivos polivalente e as mulheres têm um conhecimento maior. O conhecimento aumenta de forma gradual desde o momento que começa a trabalhar até aos 5 anos de serviço e depois começa a ser linear para os dois serviços. Sugerimos mais formação a todos os profissionais de saúde, mas com mais ênfase ao profissionais do serviço de urgência e que a formação seja ao longo do tempo de serviço. A realização de outros estudos com amostras maiores, longitudinais para a população em geral.
The need to perform hand hygiene correctly and effectively to reduce infections associated with health care and provide excellent care represents an undeniably topical issue.

Aim:

Analyze the knowledge of health professionals in a Hospital Center in the North of Portugal performing functions in Emergency Services and Multipurpose Intensive Care Unit on hand hygiene.

Methods:

Cross-sectional analytical study of quantitative methodology. Population of 183 health professionals, to obtain the sample, we defined the inclusion criteria and obtained a sample of 88 health professionals working in a Hospital Center in the North of Portugal in the Emergency Services and Multipurpose Intensive Care Unit, using the questionnaire adapted from World Health Organization, entitled “Perception and Knowledge of health professionals about hand hygiene and its implications for Infection Associated with Health Care”. The study obtained a favorable opinion from the ethics committee (no. 59/2019). The data collection period was from April to June 2020. The data were processed and introduced using the Statistical Package for the Social Sciences version 20.

Results:

Of the 88 health professionals, 70.45% (62) were female, 55.68% (49) were married, the average age was 35.77 ±6.74, nurses 48.86% (43), worked for more than 10 years 38.64% (34) and exercise their profession in the emergency service 80.68% (71). We found statistically significant differences between knowledge about gender (p=0.041, u=587.5), length of service (p=0.048), and service (p <0.001). Physicians had a higher knowledge score (18.72%). Professionals who work in the polyvalent intensive care unit have a higher knowledge average than those in the emergency department (22.8/16.4). We found that women have more knowledge than men and professionals in the polyvalent intensive care unit have greater knowledge than those in the emergency department. Knowledge increases from the moment of admission to 5 years of service and then it is gradual in both services. Regarding perception, we observed statistically significant differences with the profession, the polyvalent intensive physicians had a higher average of knowledge perception, while nurses maintain the same average in the two services.

Conclusion:

Health professionals working in the multipurpose intensive care unit have greater knowledge than professionals working in the emergency room. Knowledge increases gradually from the moment you start working up to 5 years of service and then it starts to be linear for both services. We suggest more training for all health professionals, but with more emphasis on professionals working in the emergency room and that the training should take place over the service period. Carrying out other studies with larger, longitudinal samples for the general population.