Fatores facilitadores da participação familiares da pessoa institucionalizada com diagnóstico de esquizofrenia
Publication year: 2018
Apesar de atualmente ser compreendida a importância da famÃlia como aliado na elaboração dos projetos terapêuticos da pessoa com esquizofrenia, o número de unidades que oferecem programas especÃficos de apoio à famÃlia é extremamente reduzido (Rodrigues, 2012). Surge, assim, a questão de partida para o presente estudo: ?Quais os fatores facilitadores da integração dos familiares no processo terapêutico da pessoa com esquizofrenia??. No sentido de responder à questão elaborada, surgem os objetivos do presente estudo: Identificar e analisar os possÃveis fatores facilitadores da integração dos familiares no processo terapêutico da pessoa com esquizofrenia; Compreender o papel do enfermeiro na construção de uma parceria com a famÃlia.
Trata-se de um estudo exploratório, de natureza qualitativa, que utilizou como método de colheita de dados a entrevista semi-estruturada a uma amostra de conveniência constituÃda por três grupos distintos: pessoas institucionalizadas com diagnóstico de esquizofrenia em internamento prolongado; seus familiares e respetivos terapeutas de referência. As entrevistas foram analisadas de acordo com a metodologia de análise de conteúdo (Bardin).
Os achados deste trabalho apontam para a possibilidade de existirem treze fatores facilitadores da inclusão da famÃlia, sendo eles: coesão familiar; atitude positiva do familiar face à doença; elevado nÃvel de habilitações literárias do familiar; contacto regular entre famÃlia e a pessoa assistida; situação económica familiar favorável; não perceção de comportamentos estigmatizantes pela pessoa/famÃlia; inserção da pessoa no mundo laboral; participação comunitária da pessoa; relação de proximidade entre o familiar e o serviço de saúde; baixa faixa etária dos familiares; motivação e disponibilidade familiar; proximidade geográfica do domicilio familiar relativamente ao local onde a pessoa se encontra institucionalizada e a formação/disponibilidade dos profissionais de saúde.
Conclui-se que a participação da famÃlia no processo terapêutico da pessoa assistida pode determinar o sucesso do cuidar, sendo fulcral que o enfermeiro promova uma parceria com a famÃlia. Os achados deste estudo podem contribuir para identificar os fatores que devem ser considerados para a promoção da inclusão dos familiares em todo o cuidar.