Retorno ao trabalho de trabalhadores de enfermagem após diagnóstico e tratamento de câncer
Publication year: 2020
Neoplasias malignas ou câncer são tópicos cada vez mais importantes para o sistema de saúde, especialmente para a saúde ocupacional. Com o advento das tecnologias de diagnóstico precoce, bem como dos protocolos terapêuticos, estes permitiram um aumento considerável na taxa de sobrevivência das pessoas afetadas por essas enfermidades. Portanto, no que diz respeito aos trabalhadores de enfermagem, é importante pensar no retorno desses profissionais e realizar estratégias para recebê-los adequadamente. Assim, o principal objetivo do presente estudo é investigar os fatores facilitadores e dificultadores para a manutenção das atividades laborais e o retorno ao trabalho após o protocolo terapêutico do câncer em trabalhadores de enfermagem. Em seguida, foram estipulados os seguintes objetivos específicos: Descrever o perfil socioeconômico, clínico e laboral dos trabalhadores de enfermagem diagnosticados e submetidos ao tratamento oncológico; identificar fatores facilitadores e dificultadores do retorno ao trabalho relatados por esses trabalhadores; avaliar a situação de trabalho usando indicadores de capacidade, fadiga e qualidade de vida. O presente estudo é de natureza descritiva, transversal e quantitativa e foi realizado com trabalhadores de enfermagem de dois hospitais públicos localizados na cidade do Rio de Janeiro. Os profissionais elegíveis foram trabalhadores de enfermagem diagnosticados e submetidos a tratamento de câncer há pelo menos dois anos. Foram utilizados, como técnicas de coleta de dados, um formulário para levantamento sociodemográfico, o instrumento Índice para Capacidade de Trabalho (ICT) e o questionário Functional Assessmentof Chronic Illness Therapy – General (FACIT-G). Posteriormente, os dados foram agrupados e categorizados no software Excel, versão 13 e analisados pelo softwareStatisticalPackages Social Science (SPSS), versão 20.0. Participaram do estudo 11 indivíduos, sendo a maioria técnicos de enfermagem (54,6%), do sexo feminino (81,9%), entre 51 e 60 anos (63,6%). A dor foi o principal obstáculo ao retorno ao trabalho (81,9%). O apoio de chefes e colegas de trabalho (100%) e também de familiares (54,6%) foram os principais fatores facilitadores. A avaliação pessoal com excelente capacidade para o trabalho (45,5%) foi demonstrada pelo ICT, e uma melhor qualidade de vida (54,6%) medida pelo FACIT-G, confirma que (72,7%) dos trabalhadores retornam às atividades de trabalho após a alta médica. Portanto, os sinais e sintomas mais comumente relacionados ao tratamento dificultam o desempenho profissional. Por outro lado, apoio familiar, colegas de trabalho e gerência e adequação da atividade laboral são apresentados como facilitadores. Os participantes apresentaram melhor capacidade para o trabalho demonstrado pelo ICT e melhor qualidade de vida medida pelo FACIT-G, confirmando condições adequadas para retornar às suas atividades laborais após a alta. Os resultados contribuem para uma visão diferenciada do setor de saúde dos trabalhadores, identificando fatores que contribuem para o retorno dos trabalhadores, conhecendo os fatores que dificultam o retorno dos trabalhadores ao trabalho. Embora não haja manejo sobre os fatores fisiológicos que impedem o retorno ao trabalho, é possível criar mecanismos para o manejo de fatores externos.
Malignant neoplasms or cancer are increasingly topics that are important to the health care system, especially to occupational health. With the advent of earlier diagnosis technologies, as well as therapeutic protocols, these have allowed a considerable increase in the survival rate of people affected by those illnesses. Therefore, concerning the nursing workers, it is important to think about the return of these professionals and perform strategies to receive them properly. Thus, the main objective of the present study is to investigate the facilitating and hindering factors for the maintenance of work activities and the return to work after the therapeutic protocol for cancer in nursing workers. Then, were stipulated the following specific objectives: To describe the socioeconomic, clinical and labor profile of nursing workers who were diagnosed and underwent cancer treatment; to identify facilitating and hindering factors of return to work reported by these workers; to evaluate the work situation using work capacity, fatigue, and quality of life indicators. The present study is a descriptive, cross-sectional and quantitative approach and was conducted with nursing workers from two public hospitals located in the city of Rio de Janeiro. The eligible professionals were nursing workers who were diagnosed and underwent or had been undergoing cancer treatment for at least two years. Data collection techniques used were a sociodemographic survey form, the Work Ability Index (WAI) instrument and the Functional Assessment of Chronic Illness Therapy - General (FACIT-G) questionnaire. Subsequently, the data were grouped and categorized in Excel software, version 13 and analyzed by Statistical Packages Social Science (SPSS) software, version 20.0. Most of the 11 participants were nursing technicians (54.6%), female (81.9%), between 51 and 60 years (63.6%). Pain was the main hindrance to return to work (81.9%). Their head and co-workers support (100%), and also family members (54.6%) were the main facilitating factors. Personal assessment with excellent work ability (45.5%) was demonstrated by the WAI, and a better quality of life (54.6%) measured by the FACIT-G, confirms that (72.7%) of workers return to work activities after medical discharge. Therefore, the most commonly treatment-related signs and symptoms hinder professional performances. On the other hand, family support, co-workers and management, and suitability of work activity are presented as facilitators. Participants had shown a better work ability demonstrated by WAI as well as better quality of life measured by FACIT-G, confirming adequate conditions to return to their labor activities after discharge. The results contribute to a differentiated look at the workers' health sector identifying factors that contribute to workers' return, thus knowing the factors that hinder the workers' return to work. Although there is no management about the physiological factors that prevent the return to work, it is possible to create mechanisms for the management of external factors.