Integração dos cuidados paliativos no planejamento assistencial ao paciente com insuficiência cardíaca crônica

Publication year: 2021

A Insuficiência Cardíaca é o desfecho final comum às doenças de origem cardiovascular. Cerca de 23 milhões de pessoas no mundo são afetadas por esta patologia. Como parte integrante do tratamento são indicados os cuidados paliativos para prevenção e alívio do sofrimento. Nesse cenário de múltiplas interações surgem desafios que influenciam o planejamento da assistência.

Objetivos:

apreender a percepção dos profissionais de saúde acerca dos fatores intervenientes à integração dos cuidados paliativos no processo de planejamento assistencial ao binômio paciente/familiar com insuficiência cardíaca crônica, e discutir os limites e as possibilidades de integração dos cuidados paliativos neste contexto.

Método:

estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado com profissionais experientes na assistência aos pacientes com insuficiência cardíaca em cuidados paliativos, em uma instituição federal de referência para o tratamento de doenças cardiovasculares no Rio de Janeiro, Brasil. Os dados foram coletados entre julho de 2020 e julho de 2021. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e o conteúdo analisado a partir da análise de conteúdo temática.

Resultados:

a partir da percepção dos profissionais os maiores desafios vivenciados pelos indivíduos que necessitam desses cuidados se encontram na esfera social com repercussão para as demais áreas da vida. Na macropolítica, evidenciou-se a necessidade de estruturação de serviços de atenção domiciliar especializados na assistência a esse perfil de pacientes. Fragilidades na formação dos profissionais sobre esse tema, a alta rotatividade na instituição, somado a sobrecarga de trabalho, foram percebidos como fatores desafiadores para o alcance da qualidade assistencial.

Considerações finais:

A realidade identificada nesse estudo pode ser a mesma enfrentada em outras instituições do país, apontando possíveis necessidades de intervenção por meio do fortalecimento de políticas públicas. Ainda é preciso investir na construção de diretrizes mais claras que unam os cuidados paliativos em cada fase da insuficiência cardíaca.
Heart failure is the final outcome common to cardiovascular diseases. About 23 million people worldwide are affected by this pathology. As an integral part of the treatment, palliative care is indicated for the prevention and relief of suffering. In this scenario of multiple interactions, challenges arise that influence care planning.

Objectives:

to understand the perception of health professionals about the factors involved in the integration of palliative care in the care planning process for the patient/family with chronic heart failure, and to discuss the limits and possibilities of integrating palliative care in this context.

Method:

qualitative, descriptive and exploratory study, carried out with experienced professionals in the care of patients with heart failure in palliative care, in a federal institution of reference for the treatment of cardiovascular diseases in Rio de Janeiro, Brazil. Data were collected between July 2020 and July 2021. Semi-structured interviews were conducted and the content analyzed using thematic content analysis.

Results:

from the perception of professionals, the greatest challenges experienced by individuals who need this care are in the social sphere with repercussions for other areas of life. In macropolitics, the need for structuring home care services specialized in assisting this profile of patients was evidenced. Weaknesses in the training of professionals on this topic, the high turnover in the institution, added to the workload, were perceived as challenging factors for achieving quality of care.

Final considerations:

The reality identified in this study may be the same faced in other institutions in the country, pointing out possible intervention needs through the strengthening of public policies. It is still necessary to invest in the construction of clearer guidelines that unite palliative care in each phase of heart failure.
La insuficiencia cardíaca es el resultado final común a las enfermedades cardiovasculares. Cerca de 23 millones de personas en todo el mundo se ven afectadas por esta patología. Como parte integral del tratamiento, los cuidados paliativos están indicados para la prevención y alivio del sufrimiento. En este escenario de múltiples interacciones, surgen desafíos que influyen en la planificación de la atención.

Objetivos:

comprender la percepción de los profesionales de la salud sobre los factores que intervienen en la integración de los cuidados paliativos en el proceso de planificación del cuidado del paciente / familia con insuficiencia cardíaca crónica, y discutir los límites y posibilidades de integrar los cuidados paliativos en este contexto.

Método:

estudio cualitativo, descriptivo y exploratorio, realizado con profesionales experimentados en la atención de pacientes con insuficiencia cardíaca en cuidados paliativos, en una institución federal de referencia para el tratamiento de enfermedades cardiovasculares en Rio de Janeiro, Brasil. Los datos se recopilaron entre julio de 2020 y julio de 2021. Se realizaron entrevistas semiestructuradas y se analizó el contenido mediante análisis de contenido temático.

Resultados:

desde la percepción de los profesionales, los mayores desafíos que experimentan las personas que necesitan este cuidado se encuentran en el ámbito social con repercusiones en otros ámbitos de la vida. En macropolítica se evidenció la necesidad de estructurar los servicios de atención domiciliaria especializados en atender este perfil de pacientes. Las debilidades en la formación de los profesionales en este tema, la alta rotación en la institución, sumada a la carga de trabajo, se percibieron como factores desafiantes para lograr la calidad de la atención.

Consideraciones finales:

La realidad identificada en este estudio puede ser la misma que enfrentan otras instituciones del país, señalando posibles necesidades de intervención a través del fortalecimiento de políticas públicas. Todavía es necesario invertir en la construcción de pautas más claras que unan los cuidados paliativos en cada fase de la insuficiencia cardíaca.