Publication year: 2017
Enquadramento:
O sono constitui uma necessidade fisiológica fundamental de valor inestimável para a qualidade de vida, saúde e bem estar dos indivíduos. A má qualidade do sono surge associada a vários efeitos adversos não só no que se refere à saúde física, mas também a nível psíquico e social. A adolescência é por definição um período crítico de transformações, conjugando-se fatores intrínsecos e extrínsecos que interferem com os padrões de sono. Tipicamente o padrão de sono dos adolescentes inclui um atraso na hora de deitar, biológicamente induzido, e um conflito direto com fatores de natureza psicossocial, que determinam horários de sono irregulares e diminuição da oportunidade de sono. O presente estudo tem como objetivo geral avaliar a qualidade de sono de adolescentes em contexto escolar, verificando que variáveis sociodemográficas, físicas e comportamentais, se relacionam com a mesma. Metedologia:
Estudo quantitativo, descritivo-correlacional, em que participaram 138 adolescentes, sendo a amostra não probabilística. Foi aplicado um questionário sociodemográfico e o índice de qualidade de sono de Pittsburgh. Resultados:
A maior parte dos adolescentes (61,6%) apresentou má qualidade de sono, embora a sua percepção sobre a mesma fosse boa ou muito boa (81,2%). A média de horas de sono foi 7,8 h, estando abaixo do valor recomendado para esta faixa etária. Apurámos a existência de relação entre a qualidade do sono e o sexo, prática de exercício físico, atividades com recurso a ecrãs e também com o consumo de álcool. Verificámos ainda uma percentagem preocupante de disfunção diurna na amostra. Conclusões:
Grande percentagem dos adolescentes tem má qualidade do sono embora não tenha percepção. A associação entre qualidade do sono e a utilização de dispositivos eletrónicos, consumo de álcool e prática de exercício, indica a direção que devemos seguir, no sentido de mitigar repercussões futuras em termos de saúde no nosso País.