Stresse parental paterno aos seis meses de vida do bebé: Estudo de fatores associados

Publication year: 2017

ENQUADRAMENTO:

Nos últimos tempos tem-se verificado uma transformação e valorização do papel de pai, quer em relação à vivência da gravidez quer em relação à forma como encara a parentalidade. Com uma sociedade mais exigente perante a figura paterna, a literatura tem vindo a realçar o envolvimento paterno com uma dimensão designada por stresse parental.

OBJETIVOS:

Determinar o nível de stresse parental descrito pelo pai aos 6 meses de vida do bebé; analisar a existência de relação entre as variáveis sociodemográficas e obstétricas com o nível de stresse parental do pai aos 6 meses de vida do bebé e verificar a existência de relação entre o nível de stresse parental e o sentido de competência parental do pai aos 6 meses de vida do bebé.

MÉTODOS:

Estudo quantitativo, transversal do tipo descritivo-correlacional. Amostra não probabilística acidental constituída por 43 pais inscritos no Centro de Saúde de Eiras. Para a recolha de dados, após a autorização da comissão de ética, foi utilizado um questionário com dados sociodemográficos e obstétricos e duas escalas validadas para a população portuguesa, a Escala de Stresse Parental e a Escala de Sentido de Competência.

RESULTADOS:

Através da Escala Stresse Parental aos 6 meses de vida do bebé os pais apresentam um nível baixo de stresse parental. Para fatores sociodemográficos, os pais com mais idade, maior nível de escolaridade e mais do que um filho registaram menor pontuação média. Dos fatores obstétricos, os pais que participaram num curso de preparação para o nascimento e que partilharam em simultâneo a licença com a mãe obtiveram pontuação média inferior. Verifica-se uma correlação negativa entre o stresse parental e o sentido de competência.

CONCLUSÃO:

A nossa amostra apresenta um baixo nível de stresse parental, com fatores determinantes para a idade, nível de escolaridade, número de filhos, participação em curso de preparação para o nascimento e partilha simultânea da licença parental. As intervenções de enfermagem devem abranger estas características dos pais para serem mais efectivas na redução do stress parental e contribuir para um maior sentido de competência percecionada.