Inteligência emocional percebida do enfermeiro e a pessoa em fim de vida no serviço de urgência

Publication year: 2017

Enquadramento:

A Enfermagem é uma profissão de relação, onde a atitude do enfermeiro está relacionada com a capacidade de reconhecer e controlar as suas emoções. A Inteligência Emocional (IE) é essencial para uma relação de qualidade entre enfermeiro-pessoa. O recurso ao Serviço de Urgência (SU) por parte da pessoa em fim de vida é frequente, sobretudo quando existem sintomas descontrolados. Cuidar destes pode-se tornar difícil para o enfermeiro em contexto de urgência.

Objetivos:

Avaliar o nível de Inteligência Emocional Percebida (IEP) do enfermeiro no SU; Conhecer as atitudes do enfermeiro face aos cuidados à pessoa em fim de vida (CPFV) no SU; Identificar as variáveis sociodemográficas/profissionais que influenciam a IEP do enfermeiro e as atitudes face aos CPFV no SU; Analisar a relação entre a IEP do enfermeiro e as suas atitudes face aos CPFV no SU.

Métodos:

Estudo quantitativo, descritivo-correlacional, com uma amostra não probabilística por conveniência (n=142) de enfermeiros que exercem funções no SU de nível III. Colheita de dados realizada com aplicação de um questionário de caracterização sociodemográfica/profissional, da Escala Perfil de atitudes face aos cuidados aos doentes em fim de vida e da Versão Portuguesa Modificada da Trait Meta-Mood Scale.

Resultados:

Os enfermeiros do SU possuem nível adequado nos três fatores que compõem a IEP, sendo superior no fator ?clareza de sentimentos? no sexo feminino e nos fatores ?clareza de sentimentos? e ?reparação do estado emocional? nos que percecionam necessidade de formação em IE. As atitudes face aos CPFV são positivas, sendo influenciadas negativamente pela idade e pelo tempo de exercício profissional no SU e positivamente pela formação em CPFV e pela perceção de necessidade de formação em CPFV e IE. A IEP influência as atitudes assertivas face aos CPFV.

Conclusões:

Os enfermeiros apresentam atitudes positivas face aos CPFV no SU, podendo estas ser influenciadas pelo nível de IEP do enfermeiro. Estes resultados veem apoiar a necessidade de formação em enfermagem nesta área, quer no curriculum de enfermagem, quer ao longo da vida, de forma a permitir ao enfermeiro desenvolver estratégias eficazes para cuidar da pessoa em fim de vida.