Higienização diária de superfícies altas da unidade do doente pelo assistente operacional

Publication year: 2011

O meio ambiente hospitalar guarda uma estreita relação com as Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS), podendo proporcionar focos de contacto e de propagação. A transmissão cruzada de infecção induzida pelas pessoas e as suas práticas, assumem um papel preponderante no contexto do aparecimento destas infecções. A higienização do ambiente hospitalar é uma das medidas eficazes de prevenção e controlo para quebrar a cadeia epidemiológica das IACS, sendo reconhecida como uma das formas de manter o ambiente hospitalar biologicamente seguro. Os objectivos deste trabalho foram verificar a adequação das práticas do Assistente Operacional (AO) do Serviço de Cirurgia I Homens dos HUC na higienização diária de superfícies altas da unidade do doente e analisar a influência de alguns factores na referida higienização. Foi definida como variável dependente a e identificaram-se como variáveis independentes a idade, tempo de serviço, formação na área da higienização de superfícies e carga de trabalho. Elaborou-se um instrumento de colheita de dados que inclui um questionário e uma grelha de observação com 24 itens. No estudo foram envolvidos 8 AO aos quais foram efectuadas 80 observações. A colheita de dados decorreu de Março a Maio de 2010, no serviço referido. Os dados foram tratados informaticamente recorrendo ao programa de tratamento estatístico SPSS, na versão 18.0 de 2010, utilizando-se técnicas da estatística descritiva e inferencial. Os AO observados apresentavam uma idade média de 48.25 anos, tempo médio de serviço de 16.50 anos e 87.5% respondeu ter participado em formação específica na área das IACS nos últimos 3 anos. Quanto à adequação da higienização diária de superfícies altas da unidade do doente os resultados variaram de 0 a 78.26 pontos, numa escala de 0 a 100. O valor médio situouse nos 45.02 pontos com desvio padrão de 21.72 pontos. Com base nestes resultados conclui-se que a higienização diária de superfícies altas da unidade do doente apresentou bastantes deficiências e que em mais de metade das observações a avaliação revelou resultados negativos ou seja valores inferiores a 50 pontos. Das questões formuladas, verificou-se que os AO mais velhos tendem a efectuar uma higienização mais eficiente das superfícies altas. A adequação da higienização diária de superfícies altas da unidade do doente não está relacionada com o tempo de serviço do AO. Não existem evidências estatísticas suficientes que permitam afirmar que a adequação da higienização diária de superfícies altas da unidade do doente esteja relacionada com a carga de trabalho do AO. Os AO que frequentaram formação na área das IACS tendem a proceder a uma higienização mais eficiente das superfícies altas da unidade do doente.