Efetividade da reabilitação precoce e intensiva na prevenção do declínio funcional do doente com AVC

Publication year: 2017

Sendo o Acidente Vascular Cerebral (AVC) a primeira causa de morte em Portugal e estando muitas das suas complicações relacionadas com a imobilidade, a mobilização e o treino de AVDs assumem um componente fundamental da reabilitação precoce e consequentemente na prevenção do declínio funcional. O estudo tem como objetivo principal avaliar a efetividade de um programa de reabilitação precoce na prevenção do declínio funcional do doente com AVC, tendo-se desenvolvido uma investigação assente no paradigma quantitativo, do tipo quase experimental. A amostra foi não probabilística e consecutiva, constituída por 40 participantes, 20 pertencentes ao grupo de controle (que cumprem o programa diário de Enfermagem de Reabilitação) e os outros 20 ao grupo experimental (que cumprem programa bi-diário de Enfermagem de Reabilitação), entre Setembro de 2016 e Março de 2017 e que cumpriram os critérios estabelecidos. Para a recolha de dados utilizámos uma versão adaptada do InterRAI-AC-PT, validada para a população portuguesa por Amaral et al. (2014), aplicado na pré-admissão, admissão e alta após autorização do autor, Comissão e Conselho de Administração do CHUC. Os participantes no estudo fizeram-no de forma livre e voluntária após terem sido esclarecidos quanto ao mesmo. Os resultados obtidos demonstram um agravamento do estado funcional entre a pré admissão e admissão, melhorando entre a admissão e a alta, mas mantendo-se uma tendência de aumento da dependência funcional entre a pré admissão e a alta. Verifica-se ainda a existência de benefício do estado funcional do doente com AVC cumprindo programa de reabilitação bi-diária no momento da alta, permitindo uma independência maior para a realização das AIVDs. Em relação às correlações estabelecidas apenas podemos concluir que nos doentes que cumprem programa de reabilitação bi-diária, quanto maior a idade dos doentes maior é a dependência na realização das AIVDs no momento da alta. Concluindo, esta análise permite-nos compreender o impacto da Enfermagem de Reabilitação no estado funcional do doente com AVC, sendo a intervenção do EER uma mais-valia no sentido da autonomia e melhoria da qualidade de vida.