Publication year: 2017
Problemática:
O estudo da Incontinência Urinária (IU) e do seu impacto na qualidade
de vida (QdV) das mulheres tem vindo a assumir progressivamente relevância na área
da saúde sexual e reprodutiva. Objetivos:
Descrever a QdV das mulheres com IU no
período pré e pós-menopausa; analisar em que medida variáveis sociodemográficas,
obstétricas, ginecológicas e estilo de vida influenciam a QdV das mulheres com IU no
período pré e pós-menopausa; analisar a influência do tipo de IU na QdV das
mulheres no período pré e pós-menopausa; e analisar a influência do impacto da IU na
QdV das mulheres no período pré e pós-menopausa. Metodologia:
Estudo
quantitativo, transversal do tipo descritivo-correlacional, com uma amostra não
probabilística acidental constituída por 91 mulheres com IU internadas num serviço de
ginecologia, após autorização da Comissão de Ética da referida Instituição. A recolha
de dados consistiu na aplicação de um questionário por autopreenchimento, após
consentimento informado das participantes, constituído por questões de
caracterização sociodemográfica, obstétrica, ginecológica, estilos de vida e a versão
portuguesa do “Questionnaire d’évaluation de la Qualité de Vie liée à l’incontinence
urinaire de la femme” CONTILIFE® de Paiva, Silva e Robalo, (2010). Resultados:
Salienta-se que a IU teve um impacto moderado na QdV global das mulheres (5,38
em 10), sendo que as perdas de urina tiveram impacto elevado na QdV nas
dimensões “qualidade de vida em geral” com (4,25 em 10), “situações de esforço” com
(4,43 em 10) e o “impacto emocional” com (4,6 em 10), e um impacto moderado na
qualidade de vida nas dimensões “auto-imagem” com (5,2 em 10), “sexualidade” com
(5,95 em 10) e “atividades quotidianas” com (6,4 em 10). A evidência gerada pelo
estudo revela a QdV das mulheres com IU é influenciada pelo estado civil, situação
profissional, tipo de parto, lesões pélvicas no parto, peso do recém-nascido à
nascença, anos de perda de urina; primeira instancia a que recorreu (profissional de
saúde), o momento da vida de início de perda de urina, prática de exercício físico,
medicação realizada, frequência perda de urina, quantidade perda de urina;
interferência da perda de urina, situações de perda de urina e tipo de IU. Conclusão:
A amostra em estudo demonstrou que as mulheres com IUE apresentam melhor QdV
que as mulheres com IUM, sendo que a IU tem um maior impacto na sua QdV das
mulheres em pré-menopausa (<= a 49 anos) ao contrário do que se verificou nas
mulheres em pós-menopausa (>= a 50 anos) em que a IU tem menor impacto.