Perceção dos enfermeiros acerca da cultura de segurança do doente hospitalizado

Publication year: 2017

A segurança do doente é uma preocupação dos governos, tendo a Organização Mundial de Saúde recomendado a avaliação da cultura de segurança do doente a cada 2 anos, a fim de se conhecer as áreas problemáticas neste âmbito e também permitir a monitorização e a implementação de medidas que contribuem para a qualidade e segurança dos cuidados. Assim, a fim de conhecer a perceção dos enfermeiros relativamente à cultura de segurança do doente hospitalizado formulou-se a seguinte questão de investigação: Qual a perceção dos enfermeiros do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) - unidade de Aveiro acerca da cultura de segurança do doente hospitalizado? Formulou-se como objetivos deste estudo: conhecer a perceção dos enfermeiros do CHBV - Unidade de Aveiro acerca da cultura de segurança do doente hospitalizado; saber se a idade, a experiência profissional, formação dos enfermeiros na área da segurança do doente/gestão de risco e as habilitações académicas interferem na perceção destes sobre cultura de segurança e identificar os pontos fortes e os pontos que necessitam de melhoria no que diz respeito à cultura de segurança. Desenvolveu-se um estudo descritivo, exploratório e correlacional de abordagem quantitativa, numa amostra de 217 enfermeiros do CHBV ? unidade de Aveiro, a quem aplicamos o questionário ?Hospital Survey on Patient Safety Culture? traduzido para a população Portuguesa, para colheita de dados. Das dimensões estudadas não se identificaram dimensões como pontos fortes da cultura de segurança do doente hospitalizado. No entanto, as dimensões mais positivas foram: ?o trabalho em equipa?, as ?transições? e a ?abertura na comunicação?. As dimensões identificadas como oportunidades de melhoria que se destacaram por apresentarem valores percentuais de respostas positivas abaixo dos 20% foram as dimensões: ?resposta ao erro não punitiva?, ?frequência da notificação de eventos? e ?apoio à segurança do doente pela gestão?. Em suma, deve-se continuar a investir numa cultura de incentivo à aprendizagem, à notificação do erro e à implementação de politicas de saúde centrada no doente. Isto é possível através de formação dos profissionais na área da segurança/gestão de risco, mas também através da desmistificação da culpabilização, do trabalho em equipa, da comunicação e partilha de informações de modo a que todos os profissionais de saúde possam, em conjunto, contribuir para a segurança dos cuidados de saúde.