Díade pai-bebé: Envolvimento inicial e a influência da vulnerabilidade ao stresse

Publication year: 2016

Problemática:

Conhecer de que forma a participação do pai em todo o processo gravídico, trabalho de parto e parto resulta em importantes contribuições para o estabelecimento do envolvimento emocional precoce com o bebé.

Objetivos:

O presente trabalho tem como objetivo analisar de que modo o envolvimento emocional na díade pai/bebé é influenciado pelas variáveis sociodemográficas; analisar se as variáveis obstétricas interferem no envolvimento emocional na díade pai/bebé; descrever se o envolvimento do pai na gravidez influencia o envolvimento emocional na díade pai/bebé; analisar se a presença do pai no parto interfere no envolvimento emocional na díade pai/bebé; descrever de que forma a vulnerabilidade ao stresse interfere no envolvimento emocional na díade pai/bebé; analisar a relação existente entre a vulnerabilidade ao stresse e o tipo de envolvimento emocional na díade pai/bebé.

Tipo de estudo:

recorreu-se a um estudo quantitativo, descritivo, correlacional de corte transversal. Como instrumento de recolha de dados, optou-se pelo questionário, onde consta informação sociodemográfico, caracterização obstétrica e caracterização do envolvimento do pai durante a gravidez, trabalho de parto e parto. Faz parte deste instrumento a Escala de Bonding (Figueiredo, Marques, Costa, Pacheco & Pais, 2005) e a Escala de Vulnerabilidade ao Stress ? 23 QVS (Vaz Serra, 2000). A amostra ficou constituída por 349 pais que acompanharam a mãe e o bebé nas consultas de vigilância de saúde infantil nos primeiros seis meses de vida do bebéde três Centros de Saúde do ACES, num total de 349 participantes, com uma idade média de 31,84 anos ±6,067.

Resultados:

A idade, o estado civil, a gravidez desejada o tipo de parto e o facto de o pai falar com o feto foram variáveis que influenciam o envolvimento emocional na díade pai/bebé. Existe uma correlação negativa entre o bonding negativo e a carência de apoio social, condições de vida adversas, dramatização da existência, subjugação, deprivação de afeto e rejeição e total da vulnerabilidade ao stresse, sendo as diferenças entre as variáveis estatisticamente significativas, à exceção à subjugação. As dimensões da vulnerabilidade ao stresse estabelecem uma correlação negativa com o bonding positivo, excetuando o perfeccionismo e intolerância à frustração, sugerindo que quando aumentam os índices da vulnerabilidade ao stresse, o bonding positivo diminui e ou vice-versa. Existem correlações significativas na inibição e dependência funcional com o bonding not clear, indicando que quando aumentam os índices dessas variáveis, o bonding not clear também aumenta.

Conclusão:

Os resultados obtidos reforçam a ideia de que é relevante que os enfermeiros de saúde materna e obstétrica valorizem o papel do pai em todo o processo que vai desde a gravidez até ao nascimento do filho, de modo a que se possa potenciar um precoce e maior envolvimento emocional entre a díade pai/bebé.