Biblioteca Virtual en Salud Enfermería

Acolher o doente e a família no hospital exige de todos os profissionais de saúde ir ao encontro do outro, para que este passe da condição de estranho à condição de participante no projeto terapêutico. Não pode ser visto como um ato pontual e isolado, mas antes, como um processo que se inicia no momento de admissão e prossegue durante o seu percurso no hospital. O enfermeiro assume um papel relevante no ajudar a pessoa a integrar as mudanças operadas e as exigências que as mesmas lhe colocam. Este estudo visa compreender a perceção do doente relativamente ao processo de acolhimento realizado pelo enfermeiro/a no serviço de radioterapia e analisar os contributos da intervenção do enfermeiro/a, na capacitação da pessoa para o autocuidado terapêutico. Trata-se de um estudo de caso, de abordagem qualitativa. A recolha de dados foi realizada através de entrevista semiestruturada, no período de outubro de 2015 a janeiro de 2016. Foram entrevistados 20 doentes com uma média de idades de 52 anos, onde predomina o sexo feminino e o diagnóstico de neoplasia da mama.

A auscultação sobre a perceção do doente relativamente ao processo do acolhimento fez emergir temas como:

Requisitos do Acolhimento, Atributos do Acolhimento e Contributos do Acolhimento. Os doentes reconhecem que os comportamentos e as atitudes do enfermeiro são relevantes para o estabelecimento da interação e do gerar de um vínculo aos profissionais e à unidade de saúde. Valorizam a forma afetiva e próxima com que este os recebe, expressa pelo sorriso, pela simpatia, pelo tipo de discurso utilizado, através de termos simples e claros, num ritmo adequado, disponibilidade e preocupação no envolvimento da família. A capacitação do doente para o autocuidado terapêutico através da informação, processo que permitiu ao doente desenvolver sentimentos de segurança, confiança e tranquilidade afiguram-se como Contributos do Acolhimento.