O sistema de triagem de Manchester e a avaliação da pessoa com dor

Publication year: 2016

A dor é um problema que afeta diariamente milhares de pessoas em todo o mundo, constituindo a queixa mais frequente pelo qual as pessoas se deslocam ao serviço de urgência (SU). Como elemento importante do Sistema de Triagem de Manchester (STM), a complexidade e a subjetividade da dor são das principais barreiras à sua avaliação, sendo que, uma eficaz avaliação na triagem, orienta todo o processo de gestão da mesma, ao longo da permanência da pessoa no SU. Quanto melhor e mais eficiente for a sua valorização e interpretação, mais eficaz se torna o sistema, sendo atribuída uma prioridade adequada.

Face a esta temática definimos como questão de investigação:

Qual a relação entre a prioridade atribuída pelo Sistema de Triagem de Manchester e algumas variáveis demográficas e clínicas da pessoa com dor? O estudo teve como objetivo central: analisar possíveis relações entre a prioridade atribuída pelo Sistema de Triagem de Manchester e algumas variáveis demográficas e clínicas da pessoa com dor. Trata-se de um estudo retrospetivo com uma abordagem quantitativa, do tipo descritivo, analítico e correlacional. Os dados foram extraídos da base de dados fornecida pelo software Soarian Clinicals®. A amostra é constituída por 382 casos que deram entrada no SU, de um hospital da região de Lisboa, no ano de 2014. Constatámos que não há diferenças estatisticamente significativas entre a prioridade e a faixa etária, o turno, o dia da semana e o mês de admissão no SU. Verificámos que há diferenças estatisticamente significativas entre a prioridade e o fluxograma, o discriminador e o desfecho do episódio de urgência. Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre a prioridade e o sexo. Verificámos que entre a prioridade atribuída pelo STM e a intensidade da dor há uma correlação positiva forte, com a variável tempo de duração da triagem foi identificada uma correlação positiva muita fraca, com a variável tempo de espera para a primeira observação médica foi verificada uma correlação negativa fraca e com o tempo de permanência no SU foi identificada uma correlação negativa muito fraca. Todas as correlações são estatisticamente significativas.