Publication year: 2016
Introdução:
Os traumatismos cranioencefálicos constituem um problema de saúde
pública. Estes, normalmente provocados por acidentes, constituem uma das principais
causas de morte na infância, causando também sequelas físicas e neuropsicológicas
que condicionam significativamente a qualidade de vida das crianças e dos
adolescentes. A reabilitação neuropsicológica é uma abordagem que possibilita a
minimização dessas mesmas sequelas, desde que efetuada o mais precocemente
possível e por uma equipa multidisciplinar, fazendo-se o aproveitamento da elevada
plasticidade neuronal, nestas etapas da vida, na infância e adolescência.
Objetivo:
O objetivo geral é procurar a melhor evidência disponível relativamente aos
benefícios - efetivos e potenciais - da reabilitação neuropsicológica de crianças e
adolescentes, quando vítimas de traumatismo cranioencefálico, moderado e/ou grave.
Método:
Revisão integrativa da literatura, tendo-se efetuado pesquisa bibliográfica em
bases de dados, EBSCO e Pubmed, limitada a artigos datados no período de janeiro de
2010 a março de 2016, utilizando como descritores em língua inglesa: Traumatic brain
injury, Rehabilitation e Pediatric.
Resultados:
A amostra final inclui 7 artigos com diversidade metodológica que analisam
a importância da reabilitação, física e neuropsicológica, nas crianças e adolescentes
que são vítimas de traumatismo craniano moderado e/ou grave.
Conclusão:
A reabilitação neuropsicológica é importante para o processo de
recuperação destes doentes, sendo efetuada por uma equipa multidisciplinar, onde a
partilha da informação entre os vários elementos é fundamental. O papel do enfermeiro
de reabilitação revela-se fulcral na implementação de planos interventivos, adequando
as estratégias e recorrendo a vários instrumentos, de acordo com o nível cognitivo da
criança ou adolescente. A participação dos pais ou principal cuidador é importante no
processo de reabilitação. Existe a necessidade de serem criadas bases de sustentação
em cuidados de enfermagem de reabilitação neuropsicológica, com a criação de
programas com linhas orientadoras específicas que contemplem não só a vítima mas
também os seus familiares ou principal cuidador. Deverão ser realizadas novas
pesquisas científicas nesta área, nomeadamente por enfermeiros, de modo a promover
uma melhoria na efetividade desses mesmos cuidados.