Publication year: 2015
Este estudo tem como tema ?O Cuidador Informal da Pessoa Dependente nos Autocuidados:
Necessidades e Expetativas face ao Regresso a Casa? com a finalidade de melhorar a
intervenção profissional da equipa de enfermagem ao cuidador informal (CI) responsável pelo
cuidar do doente dependente em contexto de domicílio, capacitando-o para o cuidado,
mediante novas técnicas e conhecimentos e, por conseguinte, aquisição de competências e de
mais confiança. Facilitando a transição para o domicílio da pessoa internada, garantindo a
qualidade da continuidade dos cuidados e o bem estar do CI e da pessoa dependente.
Os principais objetivos foram:
caracterizar sociodemograficamente os CI da pessoa
dependente nos autocuidados; identificar as necessidades dos CI na prestação de cuidados à
pessoa dependente aquando o seu regresso a casa; identificar as expetativas dos CI face à
intervenção dos enfermeiros na preparação para o regresso a casa e contribuir para a
estruturação de um plano de intervenção educativa de Enfermagem na preparação do CI para
cuidar da pessoa dependente nos autocuidados.
Procedeu-se a um estudo descritivo, exploratório com abordagem qualitativa. O instrumento de
recolha de dados foi a entrevista estrurada aplicada a uma amostra intencional, de doze CI de
doentes internados nos serviços de Medicina do Hospital de Pombal e Medicina 1 do Hospital
de Leiria. Os dados foram analisados recorrendo à técnica de análise de conteúdo segundo
Bardin (2011).
Os CI participantes apresentam idade avançada sendo maioritariamente mulheres, familiares
da pessoa dependente, esposa ou filha, a coabitar com a pessoa dependente, residentes no
meio rural, com um nível de instrução baixo, sem atividade profissional ou reformada. Da
análise de dados emergiram categorias relativas às necessidades dos CI e expetativas face à
intervenção da equipa de enfermagem na preparação do papel de cuidador. Os resultados do
estudo revelam que os CI manifestam necessidades de ordem física, informação,
psicológica/emocional e financeira/social. Sendo que as expetativas abrangem quer a vertente
do apoio enquanto agentes de autocuidado, contando com toda a orientação, formação e
ensinos que lhes é dedicada, manifestando esperar do enfermeiro uma continuidade de
cuidados após o regresso a casa, onde terão de enfrentar a problemática da prestação de
cuidados
Depreende-se do estudo a importância em elaborar Planos de intervenção educativa de
enfermagem ao CI, que contemplem várias dimensões na prática dos cuidados, preparando-o
como agente de autocuidado da pessoa dependente, para o qual avançamos com algumas
propostas de orientação.