Publication year: 2016
A infeção nosocomial da corrente sanguínea (INCS) associada ao cateter venoso central é uma causa importante da infeção nosocomial e contribui para a morbilidade, mortalidade e para o aumento dos custos dos cuidados de saúde. O desenvolvimento de protocolos com níveis de evidência recentes, permite uma monitorização periódica no sentido de despistar inconformidades e implementar medidas corretivas.
Desenvolveu-se um estudo descritivo, transversal, exploratório e correlacional, com os objetivos de identificar o nível de Conformidade dos procedimentos dos enfermeiros na prevenção de infeção nosocomial associada ao CVC do SMI do CHA e de identificar a influência da idade, do género, da experiencia profissional, da experiencia profissional em UCI e da formação em enfermagem no referido nível.
Foram observadas 115 práticas de 37 enfermeiros:
colocação (27), manutenção (88).
O nível de Conformidade global dos procedimentos dos enfermeiros na prevenção da INCS associada ao CVC foi de 88,52%, com o nível de Conformidade Parcial associado, traduzido pelos níveis de Conformidade Parcial nas duas dimensões, colocação do CVC (88,88%) e manutenção do CVC (88,17%). Identificaram-se 71% de procedimentos com o nível de Conformidade, contudo 25% revelaram o nível de Conformidade Mínima e 4% Conformidade Parcial. Quanto à higienização das mãos e à manutenção da técnica assética, na colocação e na manutenção do CVC, cerca de 51,89% e de 55,40% dos enfermeiros respetivamente, aderiram às guidlines recomendadas, verificando-se o nível de Conformidade Mínima para ambos. Na conexão das linhas de perfusão, na colocação e na manutenção do CVC, cerca de 70,04% e de 58,13 % dos enfermeiros respetivamente, aderiram às recomendações, verificando-se o nível de Conformidade Mínima. Na manutenção do CVC, 83,11% dos enfermeiros acederam às conexões com desinfeção prévia com solução alcoólica, verificando-se o nível de Conformidade Parcial.
Torna-se fundamental a adoção de uma estratégia multimodal que seja capaz de motivar e mudar as atitudes dos enfermeiros. Este modelo deve incluir a educação e treino, a monitorização da prática e o feed-back à equipa dos resultados obtidos. Sugere-se a realização de mais estudos sobre esta temática, nos quais se possam determinar quais os motivos que levam os enfermeiros a descurarem os procedimentos relativos às medidas preventivas, que de acordo com a literatura são essenciais para a prevenção da INCS associada com o CVC.