Avaliação do impacto da intervenção do enfermeiro de reabilitação com a utilização da reeducação funcional respiratória no doente crítico, numa unidade de cuidados intensivos

Publication year: 2015

As Unidades de Cuidados Intensivos são unidades de internamento diferenciado, cujas equipas multidisciplinares nem sempre integram um Enfermeiro de Reabilitação. Julgamos que a sua presença seria uma mais-valia, pela complementaridade das suas intervenções, nomeadamente com a utilização Reeducação Funcional Respiratória. Os benefícios desta intervenção, não estão ainda suportados pela evidência científica. Este facto constituiu para nós o desafio deste estudo, que tem como principal objetivo avaliar o impacto da intervenção do Enfermeiro de Reabilitação com a utilização da Reeducação Funcional Respiratória, no doente crítico. Foram comparados os valores gasométricos SaO2, PaO2, PaCO2, PaO2/FiO2, P(A-a)O2, a Complacência dinâmica, Volume Inspiratório e Volume Expiratório, antes e depois da intervenção. Foi utilizada uma metodologia quantitativa, de natureza quase experimental, com uma amostragem não probabilística. O estudo foi realizado no Serviço de Medicina Intensiva, do Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Tivemos como critérios de inclusão a patologia médica com insuficiência respiratória aguda, doentes ventilados, com estabilidade hemodinâmica e com monitorização de pressões arteriais invasivas. Foram colhidos os resultados antes da intervenção e após, em três momentos. A amostra é de 127 registos de intervenção, em 40 doentes. O período de colheita dos dados decorreu entre Novembro de 2013 e Agosto de 2014. Foi elaborado um instrumento para registo e efetuado o tratamento estatístico com o SPSS. Os resultados revelaram uma melhoria significativa na SaO2, PaO2, PaO2/FiO2, P(A-a)O2, Complacência dinâmica, Volume Inspiratório e Volume Expiratório, no momento pósintervenção 2 (60-75 minutos). Também obtivemos resultados significativos na PaO2/FiO2 e no P(A-a)O2, na pós-intervenção 3 (após 8 horas) e uma diminuição significativa da Complacência dinâmica e dos volumes inspiratórios e expiratórios, entre a pós-intervenção 2 e a pós-intervenção 3. Existe evidência estatística da eficácia da intervenção do Enfermeiro de Reabilitação com a utilização da reeducação funcional respiratória em doentes críticos, no que respeita especificamente à melhoria dos valores gasométricos, complacência dinâmica e volumes inspiratório e expiratório.