A pessoa com AVC submetida a fibrinólise: Estudo retrospetivo do ano 2014
Publication year: 2015
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) constitui em Portugal a primeira causa de morte e
incapacidade permanente, facto que é contrastante com a maioria dos países
europeus, em que se situa em terceiro lugar, acarretando elevados períodos de
internamento, recursos e despesas na saúde. Assistimos frequentemente a maiores
níveis de complexidade na apresentação e tratamento da pessoa com AVC, sendo de
toda a pertinência o investimento dos enfermeiros especialistas em enfermagem
médico-cirúrgica (EEEMC) nesta área, atendo ao seu perfil de competências
específicas.
A presente investigação, de caracter retrospetivo, descritivo-correlacional e de
natureza quantitativa, teve como objetivo analisar o perfil e a evolução clínica do
doente com AVC, submetido a tratamento fibrinolítico. A recolha dos dados foi
realizada a partir da consulta dos processos clínicos únicos e do software PCEEnfermagem
®, tendo sido criada uma base de dados. Foram analisados os dados
referentes a uma amostra de 182 doentes com o diagnóstico de AVC isquémico que
foram submetidos a tratamento fibrinolítico por via de administração endovenosa e que
estiveram internados numa Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais (UAVC) de
um hospital central da região centro, de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2014. Para
o efeito recorreu-se ao programa Statistical Package for the Social Science.23 (IBM
SPSS.23), utilizando a estatística descritiva e inferencial.
Os resultados obtidos evidenciaram uma evolução clínica favorável da amostra em
estudo, apesar das complicações ocorridas durante o internamento e do nível de
dependência elevado nos autocuidados. Permitiram verificar que no momento da
admissão valores baixos da Escala de Coma de Glasgow (EG) e valores elevados da
National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS), bem como as complicações vómito,
infeção urinária e respiratória ocorridas durante o internamento, estão relacionados
com uma maior gravidade e menor nível funcional do doente com AVC na alta,
contribuindo para o aumento dos dias de internamento e posterior institucionalização.