Ganhos em saúde com a implementação das ambulâncias SIV no socorro pré-hospitalar

Publication year: 2011

A emergência pré-hospitalar é uma área de intervenção dos enfermeiros, sendo estes actores privilegiados na assistência às vítimas de doença súbita e/ou trauma. A sua intervenção visa garantir, à vítima, sua família e população envolvida, a prestação de cuidados de saúde assegurando por todos os meios disponíveis a abordagem apropriada, a estabilização no local, o acompanhamento e a vigilância contínua durante o transporte até à entrega e transmissão de informação na unidade de saúde mais adequada. Este tema surge num contexto de grande incerteza quanto ao futuro da enfermagem no pré-hospitalar, onde não se vislumbra uma clara definição da orientação política e estratégica em relação ao incremento da sua qualidade, através da prossecução da aposta neste grupo profissional. Investigar nesta área ajuda a clarificar e definir conceitos, operacionalizando indicadores e evidenciando resultados sobre a mais-valia que a Ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) trouxe, nos últimos anos, para o socorro em geral e para o pré-hospitalar em particular.

Os objectivos delineados foram:

analisar as vivências dos doentes críticos relativas à experiência de doença súbita/trauma e ao socorro pré-hospitalar por ambulância SIV; analisar ganhos objectivos em saúde através do socorro por ambulância SIV.

Para concretizar os objectivos foram realizados dois trabalhos de campo:

o primeiro de cariz qualitativo utilizando como metodologia a abordagem fenomenológica para analisar 5 entrevistas a doentes críticos relativas ao seu socorro; o segundo de cariz quantitativo, descritivo e exploratório, desenvolvido através de um estudo retrospectivo da análise de 335 verbetes de socorro da Ambulância SIV de Cantanhede/Mira no período compreendido entre 15 de Dezembro de 2007 e 31 de Agosto de 2010.

Os principais resultados obtidos apontam para ganhos em saúde:

nos tempos de socorro; na gestão do compromisso do processo respiratório, do padrão respiratório, do débito cardíaco, do status neurológico e da integridade; na gestão das intervenções relacionais; e na relação custo/benefício. Com base nestes resultados são apresentadas várias sugestões, pois move-nos a certeza de que conhecer melhor o socorro pré-hospitalar contribuirá para melhorar a qualidade dos serviços prestados à população.