Publication year: 2015
A grávida com patologia gera um desafio aos cuidados de enfermagem, direcionados à preparação para o autocuidado terapêutico no regresso a casa. Com este estudo pretendia-se identificar em que medida as grávidas saem de uma unidade de cuidados com a capacidade e conhecimento para gerir a sua condição de saúde/doença e cruzar esse resultado com as características individuais de locus de controlo e alguns dados da sua história de gravidez.
Este estudo tem como base a seguinte questão de investigação:
Após um período de internamento, as mulheres grávidas com patologia, ao regressarem a casa, estão preparadas para a necessidade de dar continuidade aos cuidados?
Nesta investigação desenvolveu-se um estudo quantitativo de tipo descritivo ? correlacional, realizado na Unidade de Medicina Materno-Fetal da Maternidade Bissaya Barreto, do dia 10 de Outubro de 2012 ao dia 21 de Junho de 2013, a uma amostra selecionada de 66 grávidas internadas nesta unidade e que regressaram a casa ainda grávidas. No instrumento de colheita de dados utilizado obtiveram-se dados sociodemográficos e obstétricos e aplicaram-se duas escalas: a Escala IPC ? Escala de Locus de Controlo de Levenson e o Instrumento de Autocuidado Terapêutico de Diane Doran e Soraya Sidani.
Com base nos resultados obtidos verificámos que o autocuidado terapêutico está relacionado com uma dimensão do locus de controlo, assim, as grávidas que mais valorizaram a dimensão externalidade ?outros poderosos? associam-se a menor capacidade para o autocuidado terapêutico.
Constatámos diferenças na capacidade das grávidas para o autocuidado terapêutico conforme a escolaridade, ou seja, as mulheres com menos escolaridade evidenciaram menor capacidade para o autocuidado terapêutico que aquelas que têm níveis mais elevados de escolaridade.