As barreiras e a auto-eficácia na realização das actividades de autocuidado terapêutico nos adolescentes com diabetes mellitus tipo 1

Publication year: 2015

Considerando que os adolescentes diabéticos podem levar uma vida normal e saudável sem precisar de se auto-excluir da sociedade e que através da educação em saúde é possível fazer com que aceitem a sua condição e se tornem aptos no autocuidado terapêutico, o papel do enfermeiro é de extrema importância, enquanto agente educativo e promotor de cuidados de saúde, particularmente nesta faixa etária. Uma vez que os estudos sobre esta temática são escassos, definiu-se como ponto de partida o tema ?As barreiras e a auto-eficácia na realização das actividades de autocuidado terapêutico nos adolescentes com diabetes mellitus tipo 1?, tendo como objetivos identificar as barreiras e avaliar a autoeficácia na realização das atividades de autocuidado terapêutico, verificando possíveis relações estatísticas entre ambas as escalas e as variáveis sociodemográficas e clínicas. Para dar resposta a estes objetivos foi desenvolvido um estudo descritivo, correlacional assente numa metodologia quantitativa utilizando como recolha de informação um questionário constituído pela caraterização sociodemográfica e clínica e pelas Escalas de Barreiras no Tratamento da Diabetes e Escala de Auto-Eficácia relativa à Diabetes. Participaram no estudo 35 adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos, que frequentaram a Unidade de Endocrinologia Pediátrica, Diabetes e Crescimento do Hospital Pediátrico de Coimbra. A recolha de informação decorreu de Novembro de 2014 a Fevereiro de 2015. Os resultados obtidos apontaram para níveis baixos a médios na escala de Barreiras no Tratamento da Diabetes e níveis médios a altos na Escala de Auto-eficácia relativa à Diabetes, traduzindo-se em poucas barreiras e uma auto-eficácia média/alta. Paralelamente, as hipóteses definidas traduziram relações estatísticas baixas a moderadas significativas entre os resultados da escala de barreiras e as variáveis sociodemográficas e clínicas, relações estatísticas altas entre a escala de auto-eficácia e as variáveis idade e hemoglobina glicada, relações estatísticas muito baixas a baixas entre as subescalas de barreiras (subescala identidade) e as variáveis idade e género, pese embora se apresentem relações estatísticas altas entre as subescalas barreiras, controlo e bem-estar e a variável género, bem como com as subescalas e a hemoglobina glicada. Também em relação às subescalas de auto-eficácia apresentam-se relações estatísticas altamente significativas entre estas subescalas e as variáveis idade e hemoglobina glicada.