Estilos de vida: Consumo de substâncias psicoactivas dos “caloiros” de enfermagem

Publication year: 2015

O consumo de SPA’s constitui-se como uma preocupação de saúde comunitária pelas suas repercussões negativas. De acordo com a OMS, até ao ano 2015, os efeitos nocivos para a saúde resultantes do consumo destas substâncias, deverão ser substancialmente reduzidos em todos os Estados Membros. Na juventude pelo acesso facilitado aos consumos, torna-se no momento ideal para uma intervenção significativa, para a promoção de estilos de vida saudáveis. Assim, porque a educação para a saúde deve começar nas escolas ao longo de todos os graus de ensino é importante eleger “a opção saúde como a opção mais fácil” (OMS apud Pratta e Santos, 2009). Assim, realizou-se um estudo epidemiológico descritivo-correlacional de abordagem transversal, cuja finalidade consiste em caracterizar os consumos de SPA’s e os estilos de vida dos estudantes do 1.º ano da ESEnfC no ano lectivo 2012/2013.

O instrumento de recolha de dados é constituído por cinco partes:

caracterização pessoal e social dos estudantes, questionário “Estilo de Vida Fantástico” (Silva, Brito e Amado, 2014), Escala de Auto- -Estima de Rosenberg (1965), traduzida e validada para a população portuguesa por Santos e Maia (2003), a versão abreviada do Questionário de Bem-Estar Psicológico – QBEP (Rainho et al., 2012) e a Escala de Silhuetas de Stunkard et al. (1983). A amostra é constituída por 309 estudantes do ano lectivo 2012/2013, 72 homens e 237 mulheres, média idade 19.1±3.99; 97.8% solteiros; 88.3% têm 1 matrícula no ensino superior; 43.0% vivem com colegas/amigos; média IMC 22.2±3.38; 71.2% estão satisfeitos com imagem corporal; apresentam uma média de auto-estima 32.9±4.70; média de Bem- -estar psicológico 20.2±4.43. A maioria (95.8%) consome bebidas alcoólicas e 4.4% refere ingestão de mais de 8 bebidas por semana e 23.9% fumam diariamente, 38.8% usam substâncias ilícitas e 4.5% admitem uso abusivo de medicação. As mulheres revelam consumos de SPA’s mais elevados, correlacionando-se negativamente com a auto-estima e o bem-estar psicológico. Verificou-se ainda uma correlação negativa entre estilo de vida e IMC. Este estudo insere-se na rede de estudos PEER (Brito e Mendes, 2009) e possibilita a criação de programas de intervenções educativas, permitindo definir o perfil epidemiológico destes estudantes, percebendo a associação a estes consumos.