Transições de saúde: Cinco anos de vida após transplantação cardíaca

Publication year: 2015

A transplantação cardíaca constitui a última opção terapêutica para a pessoa com insuficiência cardíaca grave possibilitando-lhe melhoria da qualidade vida e aumento da expetativa de vida. Estas mudanças são percecionadas como a passagem de uma condição para outra, isto é, como um processo de transição, que exige uma adaptação que nem sempre é fácil de conseguir.

Objetivos:

Compreender os processos de transição associados à transplantação cardíaca, na perspetiva de quem os vivenciou, aplicando a Teoria das transições de Meleis.

Método:

Estudo de natureza qualitativa com recurso à entrevista gravada, para a colheita de dados, que foi efetuada no domicílio dos participantes. A população alvo são 10 pessoas anteriormente avaliadas num estudo realizado pela autora, sobre o ?Ajustamento emocional da pessoa com insuficiência cardíaca: estudo de um plano de intervenção na ansiedade e na sintomatologia depressiva?. Destas foram incluídas todas as sobreviventes e as que tinham condições intelectuais para participar. A amostra foi selecionada intencionalmente e compreende 5 pessoas que foram submetidas a transplante cardíaco há 5 anos.

Resultados:

A maioria dos participantes descreve o processo de transição após transplantação cardíaca como um grande desafio, mas já ultrapassado. O seu discurso evidencia uma melhoria do estado de saúde, da qualidade e da expetativa de vida, as condições que o facilitaram e as que o dificultaram. As estratégias de coping utilizadas revelaram diferentes resultados adaptativos. Algumas atingiram mestria no domínio da situação.

Conclusões:

O processo de transição após uma transplantação cardíaca é complexo e único. Os enfermeiros têm a missão de o facilitar, com o desenvolvimento de intervenções que atendam às necessidades reais da pessoa.