Erro associado à gestão da terapêutica pelo enfermeiro: Percepção dos enfermeiros de um hospital da sub-região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo

Publication year: 2015

Sendo o objecto deste estudo ?Erro Associado à Gestão da Terapêutica pelo Enfermeiro: Percepção dos Enfermeiros de um Hospital da Sub-Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo?, pretendemos analisar a incidência e tipos de erros associados à gestão de terapêutica, percepcionados pelos enfermeiros das unidades de internamento de adultos de uma unidade hospitalar da Sub-Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Para operacionalizarmos esta pesquisa, procedemos a um estudo exploratório, descritivo, e transversal, inserido no paradigma quantitativo. Optámos pelo questionário como instrumento de colheita de dados, que foi elaborado pelos investigadores, com base na revisão bibliográfica e submetido previamente a um pré-teste. O processo de colheita de dados decorreu entre 22 de Julho e 22 de Agosto de 2011. Para o tratamento estatístico foi utilizadoo o programa software informático Statistical Package for the Social Sciences® versão 19,0. No tratamento das questões abertas utilizámos o método de análise qualitativa de conteúdo, de Bardin, onde a unidade de contexto utilizada foi a resposta e a frase a unidade de registo. Na selecção da amostra, recorremos a uma amostragem não probabilística acidental, que ficou constituída por 181 enfermeiros a exercerem funções em unidades de internamento de adultos, de uma unidade hospitalar da Sub-Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, com uma média de idades de 35,92 anos e maioritariamente do sexo feminino (82,3%).

Os resultados evidenciaram que:

? Relativamente ao erro omissão de dose ou medicamento, os enfermeiros têm a percepção que acontecem poucos erros associados à falta de prescrição de um medicamento, à transcrição mal feita, à distribuição inadequada ou à não administração do medicamento. Neste grupo, o item percebido pelos enfermeiros como acontecendo mais, refere-se à falta de prescrição de um medicamento. ? Os erros por dose errada, frequência da administração errada, forma farmacêutica errada, armazenamento inadequado, erro na preparação, manipulação e/ou acondicionamento, técnica de administração errada, ritmo de administração errada, hora de administração errada, duração de tratamento errada, falta de adesão ao regime terapêutico por parte do doente, são percepcionados pelos enfermeiros como não acontecendo ou sendo pouco frequentes. ? Quanto aos erros via de administração errada, doente errado e medicamento deteriorado, os enfermeiros têm a percepção que estes erros nunca acontecem. ? No que respeita á monitorização insuficiente do tratamento, os enfermeiros têm a percepção que a falta de revisão de terapêutica e a falta de controlo analítico é pouco frequente, mas ainda acontece com alguma frequência. ? Relativamente á notificações dos erros de medicação os enfermeiros não notificam os erros devido a factores psicológicos, pessoais e relacionados com a instituição. A maioria dos enfermeiros não notificaram qualquer erro e os que notificaram, fizeram-no verbalmente e ao enfermeiro chefe ou a quem o substituía na altura.