A compreensão do uso do sentido de humor na pessoa com sintomas depressivos
Publication year: 2014
Nos últimos trinta anos, a pesquisa na ?ciência do humor? tem sugerido que os mecanismos, como a psicoterapia individual, terapia de grupo e ?stand up for mental health? (que usa a ?stand-up comedy?) pode ter um impacto positivo na saúde (Gelkopf, 2011). A aplicação do uso do humor, pode desenvolver as competências sociais e as relações interpessoais, contribuindo para a melhoria do funcionamento psicossocial dos doentes (Del Rio, Blanco & Jurado, 2008).
Importa assim conhecer qual a compreensão do uso do sentido do humor das pessoas com sintomatologia depressiva em internamento hospitalar.
Os objetivos deste estudo são conhecer a compreensão que as pessoas com sintomas depressivos em internamento hospitalar atribuem ao uso do sentido do humor, durante o seu tratamento e analisar a influência das variáveis sociodemográficas e clínicas.
Realizou-se um estudo de investigação descritivo-correlacional, onde participaram 39 pessoas internadas com sintomatologia depressiva, de uma unidade de saúde Portuguesa com internamento, selecionadas por amostragem de conveniência. Utilizou-se o questionário como instrumento de recolha de dados. O enfermeiro colhia os dados demográficos e clínicos e o doente preenchia a Escala Multidimensional do Sentido de Humor.
Verificou-se uma compreensão global do uso do humor mediana, sendo que as dimensões com pontuação mais elevada foram o ?humor adaptativo? e a ?apreciação do humor?, enquanto que os resultados mais baixos verificaram-se nas dimensões ?produção e uso social do humor?, ?atitude pessoal face ao humor? e ?objeção do uso do humor?. Não se verificou qualquer correlação estatisticamente significativa entre a compreensão do uso do sentido de humor e as outras variáveis estudadas (idade, género, habilitações académicas, estado civil, estado profissional atual, idade de início da doença, número de internamentos e o diagnóstico médico).
São importantes mais estudos que permitam caracterizar a compreensão do uso de sentido de humor nestes doentes, de forma a delinear intervenções complementares ao tratamento, induzindo estados emocionais positivos, podendo contribuir para o controlo dos fatores de ansiedade e melhoria das relações interpessoais e sociais