Qualidade de vida do prestador de cuidados da criança com perturbação de défice de atenção com hiperatividade
Publication year: 2013
A família faz parte integrante da vida da criança, pelo que a avaliação da qualidade de
vida do prestador de cuidados da criança faz sentido uma vez que as famílias afetam a
saúde dos filhos, e a saúde destes afeta a das suas famílias.
Este estudo tem como finalidade contribuir para otimizar a intervenção dos
enfermeiros para a melhoria da qualidade de vida da família, sendo como objetivos de
investigação descrever o nível de qualidade de vida do prestador de cuidados da
criança com Perturbação de Défice de Atenção com Hiperatividade (PDAH) e
conhecer a relação entre a duração de PDAH, a dinâmica familiar e a qualidade de
vida do prestador de cuidados da criança com PDAH. Optou-se por um estudo de
natureza quantitativa, descritivo-correlacional, sendo a amostra do mesmo, constituída
por 48 prestadores de cuidados, utentes da Consulta Externa de Pediatria do Centro
Hospitalar do Médio Tejo – Unidade de Torres Novas. Para o efeito foi aplicado um
questionário de caraterização da amostra, a escala FACES III para avaliação da
dinâmica familiar e o SF36 para avaliação da qualidade de vida. Os dados foram
tratados com base no programa IBM.SPSS.19.
Os resultados obtidos evidenciaram um nível acima dos 50% em todas as dimensões
da escala relativas à qualidade de vida do prestador de cuidados Mãe, contudo
apresentam níveis mais baixos relativamente às dimensões Desempenho Emocional,
Saúde Mental e Vitalidade da Componente Mental da escala, bem como na dimensão
Dor Corporal da Componente Física. As famílias de crianças com PDAH revelaram-se
como meio-termo, tendo em conta o Modelo Circumplexo de Olson et al. (1983),
porém analisando as dimensões adaptabilidade e coesão separadamente, encontramse famílias com níveis extremos de adaptabilidade (56,2%) e de coesão (27,1%). No
que diz respeito à relação entre a duração da doença e a qualidade de vida não se
observou qualquer relação estatisticamente significativa. Relativamente à relação
entre a dinâmica familiar e a qualidade de vida detetou-se uma relação
estatisticamente significativa (p= 0.045) inversa entre a Adaptabilidade e o
Funcionamento Físico e direta entre a Coesão e o Funcionamento Físico (p=0.036).