Publication year: 2015
Os enfermeiros, ao valorizarem a perceção e comportamento do indivíduo, avaliando a
existência de risco de comportamento suicidário, têm obrigação de intervir. Uma
estratégia fundamental da prevenção do suicídio passa por estabelecer com a pessoa em
risco uma relação de confiança e empatia que permita a verbalização e exteriorização do
sofrimento psicológico, para posteriormente promover uma intervenção especializada e
eficaz.
O presente estudo tem como objetivo:
caracterizar o perfil dos estudantes
oriundos dos PALOP no ensino superior em Coimbra; identificar os níveis de depressão
e ideação suicida em estudantes oriundos dos PALOP em Coimbra; avaliar a satisfação
com o suporte social dos estudantes oriundos dos PALOP em Coimbra e avaliar a
Integração Social dos estudantes dos PALOP no Ensino Superior em Coimbra.
Desenvolveu-se um estudo do tipo descritivo- correlacional e exploratória, orientada a
partir de uma abordagem quantitativa de investigação e fundamentada em pesquisa
bibliográfica. Constituiu-se uma amostra não probabilística acidental de 43,7 % da
população dos estudantes do PALOP das quatro instituições do ensino superior em
Coimbra: Três de caráter público (UC, IPC e ESEnfC) e um de caráter privado (ISMT).
Os instrumentos utilizados para a avaliação de risco de depressão e suicídio por parte
dos estudantes do PALOP são:
o questionário de dados sociodemográficos, Escala de
Beck de Auto-Avaliação da Depressão (IDB), o Questionário da Ideação Suicida (QIS),
a Escala de Satisfação com o Suporte Social (ESSS) e a Escala de Integração Social no
Ensino Superior (revista e aumentada).
Aplicação dos instrumentos para recolha de dados decorreu entre 28 de Fevereiro e 31
de Maio de 2014. Para o tratamento estatístico utilizou-se o programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) na versão 20.0.
Os resultados evidenciam a existência de estudantes com sintomatologia depressiva
moderada e grave e com risco elevado de suicídio, sendo as raparigas as mais afetadas.
Os rapazes demonstram estarem melhor satisfeito com o suporte social e melhor
integrado no ensino superior em Coimbra. Concluiu-se ainda que a integração social dos
estudantes não aumenta com o ano de curso, que os moçambicanos encontram-se
melhor integrados socialmente no ensino superior e que a relação com os professores
não afetam os estudantes com história de reprovações.