Medo de cair e autonomia na execução das atividades de vida diária: Estudo numa comunidade de idosos

Publication year: 2014

As quedas são um dos principais fatores de morbilidade e mortalidade entre os idosos, afetando a sua autonomia e qualidade de vida. O natural desenvolvimento do processo de senescência conduz uma diminuição do equilíbrio, da força muscular, da flexibilidade e a alterações posturais levam a que o idoso sinta medo de cair, mesmo os que nunca caíram. Em ambas as situações, o medo de cair afeta a autoconfiança o que se repercute negativamente na autonomia na execução das atividades de vida diária do idoso. Estudo quantitativo, descritivo correlacional de nível II, analítico e transversal, cujo objetivo foi o de explorar e determinar a existência de uma relação entre a influência que o grau de autonomia que o idoso tem na execução das atividades de vida diária (AVD) exerce sobre o medo de cair, numa comunidade de idosos do concelho de Penela. Partiu-se de uma população que abrangeu os idosos que usufruem dos serviços prestados pelo Centro de Dia e Apoio Domiciliário da Cumieira ? Cáritas Diocesana de Coimbra e Lar e Centro de Dia e Apoio Domiciliário da Santa Casa da Misericórdia de Penela, perfazendo um total de 91 idosos. Para realizar a recolha de dados, que decorreu nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2014, realizaram-se entrevistas nos domicílio e nos centros de dia, aplicando-se o Questionário de Avaliação Multidimensional de Idosos (QAFMI/OARS) e a Falls Efficacy Scale (FES) Constatou-se após a análise dos dados que são as mulheres aquelas que sentem mais medo e quanto mais idade os idosos têm mais medo sentem de cair. Na avaliação da área funcional das AVD a maioria da população tem uma limitação moderada e que são as atividades de fazer pequenas compras, andar dentro de casa, atender a porta ou telefone e tomar banho ou duche que mais suscitam medo de cair ao idoso. Este estudo permitiu concluir que o medo de cair influencia de modo intenso e multidimensional o idoso, verificando-se a sua relação com a área funcional da saúde mental, com a área funcional das atividades de vida diária, com o género e com a incapacidade de chegar a armários, realizar trabalho doméstico ligeiro e de fazer pequenas compras.