Adaptação psicológica e estratégias de coping utilizadas pelos pais de crianças e adolescentes com doença oncológica

Publication year: 2014

Por todas as dificuldades inerentes ao processo de tratamento da doença oncológica, e pela importância que reveste a forma como os pais se adaptam à situação de ter um filho com doença oncológica, uma situação considerada de risco da dinâmica familiar, torna-se extremamente importante procurar conhecer como é que os pais vivem e lidam com esta situação. Assim, o objetivo deste estudo foi conhecer a adaptação psicológica e identificar quais as estratégias de coping mais utilizadas pelos pais de crianças e adolescentes com doença oncológica em fase de tratamento. Realizou-se uma investigação quantitativa, de tipo descritivo-correlacional, com uma amostra de 52 pais, não probabilística acidental.

O instrumento de colheita de dados consistiu num questionário organizado em três partes distintas:

A primeira com questões estruturadas e semiestruturadas acerca das variáveis sociodemográficas e clínicas; a segunda correspondendo à escala de Ajustamento Mental ao Cancro de um Familiar (EAMC-F), na versão portuguesa, da autoria de Santos & Ribeiro (2003) e a terceira constituída pela escala Brief Cope, da autoria de Carver (1997), na sua versão portuguesa traduzida por Ribeiro & Rodrigues (2003). O tratamento dos dados foi realizado com recurso ao Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 19.0. Verificou-se que a adaptação psicológica dos pais, se caracteriza sobretudo pelo “Espírito de luta” e pela “Aceitação” da doença dos seus filhos. As estratégias de coping mais utilizadas pelos pais são as de “Coping ativo”, “Planear”, “Suporte instrumental”, “Religião” e “Reinterpretação positiva”. Mais, os pais com uma adaptação psicológica mais positiva tendem a uma maior utilização de estratégias de coping das dimensões de “Planear”, “Reinterpretação positiva” e “Coping ativo”. Enquanto, que os pais com resposta adaptativa psicológica mais negativa tendem a utilizar mais as estratégias de coping ligadas ao “Uso de substâncias” e menos uma “Reinterpretação positiva”. As correlações das dimensões das variáveis, adaptação e estratégias de coping com as variáveis sociodemográficas e clínicas são menos pronunciadas.