Publication year: 2014
Problemática:
Durante décadas, a gravidez foi uma experiência apenas valorizada pela mulher. No entanto, nos últimos anos verificou-se uma mudança de paradigma A vivência da sexualidade durante a gravidez é experienciada de uma forma muito individual e pode ser influenciada por diversos processos, nomeadamente fisiopsicológicos e socioculturais.
Objetivos:
Compreender de que forma a sexualidade é vivida pelo casal grávido no último trimestre da gravidez; identificar condicionantes que interferem com as experiências da sexualidade no último trimestre da gravidez; Descrever as experiências e os ajustamentos vividos pelo casal grávido no âmbito do seu relacionamento sexual.
Método:
Foi realizado um estudo qualitativo, descritivo-exploratório, com entrevistas semiestruturadas a quinze casais grávidos que frequentavam o curso de preparação parental para o nascimento no Hospital Distrital da Figueira da Foz. Para a análise dos dados recorreu-se à análise de conteúdo tendo por referência Bardin (2009).
Resultados:
Da análise dos dados, emergiram três categorias principais: sexualidade do casal grávido comunicação e Educação para a saúde.
Conclusões:
Salientamos das entrevistas a perceção de que a maioria dos casais consideram a sexualidade não apenas como um ato meramente físico, mas igualmente como uma abordagem psicoafectiva, mantendo ativa a sua sexualidade durante a gravidez. Apesar de a literatura ser unânime em considerar que o desejo sexual nas grávidas aumenta ao longo da gravidez, constatamos que são inúmeros os ?medos?, evocados principalmente pelos homens, que afetam a sua vivência. Também a comunicação entre o casal é um aspeto altamente valorizado apesar de que alguns deles admitirem ser complexa a sua abordagem. Este tema continua a não ser abordado pelos profissionais de saúde, todavia alguns dos informantes reconhecem tratar-se de um assunto a ser valorizado e a ser integrado na práxis dos profissionais de saúde.