Publication year: 2014
Enquadramento:
O desempenho do papel parental constitui uma das mais difíceis
experiências humanas. Cuidar de um ser tão frágil e indefeso como um bebé, exige
uma aquisição de saberes e competências que vão sendo adquiridas ao longo da vida.
Apesar do conceito de família ter mudado perante o aspeto tradicional no que se
refere aos papéis de géneros, continua a ser a mulher a participar nos cuidados
primários do bebé. Entende-se portanto, que nos primeiros 28 dias de vida do bebé
seria um período pertinente para compreender as dificuldades da mãe, dado que, esta
será confrontada com a transição efetiva para a parentalidade e consequentemente
com as dificuldades associadas.
Objetivos:
Identificar as dificuldades no autocuidado e as competências maternas
auto percebidas no cuidar do RN, em primíparas e multíparas no puerpério; descrever
a relação entre as dificuldades no autocuidado materno e as características
sociodemográficas e obstétricas; descrever a relação entre as competências maternas
auto percebidas no cuidar do RN e as características sociodemográficas e obstétricas;
analisar a relação entre as dificuldades no autocuidado materno e as competências
maternas auto percebidas no cuidar do RN.
Método:
Para a realização deste estudo quantitativo, descritivo-correlacional foi
aplicado como instrumento de recolha de dados um questionário (constituído por
caracterização sociodemográfica, formulário sobre dificuldades das puérperas no pósparto
e escala de auto-percepção materna das competências cuidativas neonatais). A
amostra é constituída por 96 puérperas (53 primíparas e 43 multíparas) da região de
Coimbra.
Resultados:
Este estudo revelou que são as primíparas quem tem maiores
dificuldades no autocuidado admitindo interferir com os cuidados prestados ao RN. As
dores/desconfortos na região perineal revelam ser os mais incapacitantes no que se
refere às competências cognitivo-motoras. Contudo podemos constatar que as
puérperas têm na sua globalidade, uma elevada perceção das suas competências
cuidativas ao RN.
Conclusão:
Revela-se importante desenvolver novas investigações nesta temática de
maneira a ampliar os conhecimentos e poder dar apoio às puérperas. A
implementação da visita domiciliária à família que agora recebe um novo elemento
poderá ser o primeiro passo para um puerpério mais tranquilo.