Publication year: 2014
O cuidado ao doente crítico exige a atualização dos enfermeiros que trabalham nestes contextos.
O presente estudo tem como objetivos:
conhecer o nível de autoconfiança dos enfermeiros para responder à pessoa em situação crítica; identificar como é percebida pelos enfermeiros a qualidade da resposta à pessoa em situação crítica; compreender quais as dificuldades sentidas pelos enfermeiros perante a resposta à pessoa em situação crítica e descrever quais os fatores que facilitam a resposta à pessoa em situação crítica.
Desenvolveu-se um estudo de tipo exploratório, descritivo, transversal, de abordagem quantitativa. Constituiu-se uma amostra não probabilística acidental (73,4% da população) de profissionais de enfermagem de três hospitais de Cabo Verde: dois na ilha de Santiago, um de caráter central e outro caráter regional e o terceiro situado na ilha de São Vicente, também considerado hospital central. Os dados foram colhidos através de questionário, estruturado em três partes: uma relativa a dados sociodemográficos, a versão Portuguesa da Self-confidence Scale, (Martins et al, 2013), e a terceira parte, para avaliação da perceção do nível de desempenho numa emergência. O questionário foi aplicado durante os meses de Agosto e Setembro de 2013. Para o tratamento estatístico foi utilizado o programa SPSS® 19.0.
Os resultados evidenciam valores de autoconfiança acima do ponto médio no global da escala (3,4 pontos) e nas suas dimensões: neurológica (3,2 pontos); respiratória (3,8 pontos) e a nível circulatória (3,2 pontos). Os inquiridos percebem a qualidade das respostas à pessoa em situação como sendo executadas de forma adequada nas várias dimensões, apesar de algumas dificuldades em alguns itens. Para ter sucesso numa situação de emergência, tendo em conta os fatores dificultadores e facilitadores, surgem como sugestões: a formação especializada dos enfermeiros, a organização dos setores, os materiais e equipamentos acessíveis, bom ambiente no trabalho, uma comunicação assertiva e segurança no trabalho.
Concluímos que a maioria dos enfermeiros inquiridos revela carência de formação na área das emergências e dos cuidados aos doentes em situação crítica. Neste sentido será recomendável a existência de um programa de formação contínua nos serviços. Por outro lado é necessário implementar medidas de facilitação do trabalho, melhorando equipamentos, reorganizando e valorizando o trabalho em equipa.