Efeitos da acupuntura sobre diagnósticos de Enfermagem dor e ansiedade em adolescentes com fibrose cística

Publication year: 2019

Dentre as doenças raras, a Fibrose Cística (FC) é a mais frequente no Brasil e é reconhecida como a mais importante doença hereditária. Diferentes estudos apontam para a presença de dor e ansiedade neste grupo de pacientes e correlacionam com pior adesão, menor função pulmonar e menor qualidade de vida. A assistência do enfermeiro ao paciente e suas famílias deve ser estabelecida na perspectiva do cuidado integral, e primar pela busca de resultados favoráveis dos aspectos físicos e biopsicossociais. O uso da Acupuntura associado ao tratamento convencional, pode agir neste intento. Entende-se a acupuntura realizada pelo enfermeiro como uma tecnologia aplicada ao cuidado de enfermagem que se opera em atos e que pode ter seu processo de avaliação norteado através das respostas aos diagnósticos de enfermagem, defendida como possibilidade terapêutica.

Objetivo geral:

avaliar as respostas dos Diagnósticos de Enfermagem Dor e Ansiedade à intervenção com acupuntura associada ao tratamento convencional de adolescentes com Fibrose Cística.

Objetivos específicos:

analisar a evolução dos Diagnósticos de Enfermagem, Dor e Ansiedade, identificados em adolescentes com Fibrose Cística durante tratamento com acupuntura; avaliar a evolução dos parâmetros de acompanhamento clínico de padrão respiratório observados em adolescentes com Fibrose Cística durante o tratamento; e relacionar o diagnóstico energético à luz da Medicina Tradicional Chinesa com os Diagnósticos de Enfermagem sob análise nesses adolescentes. Método. Estudo quase-experimental, comparativo, do tipo antes-depois, com abordagem quantitativa, realizado em ambulatório especializado de Pediatria, com 13 adolescentes com diagnóstico de FC, após aplicação de cálculo de amostra aleatória simples, poder do teste (1-β) de 80% e nível de significância (α) de 5%.

Foram utilizados instrumentos já validados para a captação dos dados:

consulta de enfermagem; escala visual analógica da dor; escala hospitalar de ansiedade e depressão; padrão respiratório e prontuário dos participantes. As medições foram registradas em uma planilha de Excel®. Para o estímulo dos pontos após estabelecido o diagnóstico, foi utilizada a técnica de laser-acupuntura com equipamento infravermelho, duração de aproximadamente 30 (trinta) minutos cada entre o preparo do participante e o procedimento. O tratamento foi individualizado, de intervenção única. Para realização das análises foi utilizado pacote estatístico Action, disposto sob a plataforma do R. A descrição dos dados foi apresentada na forma de frequência observada, porcentagem, valor mínimo e máximo, medidas de tendência central e de variabilidade. Resultados. Dos participantes, 38,5 % possuem baixo peso e 23% na faixa considerada pré-obesidade; 30,8% possuem 1o ano do ensino médio; 46,1% são evangélicos, com renda familiar inferior a dois salários mínimos. No referente às doenças associadas, um participante (7,7%) relatou diabetes e um (7,7%) doença celíaca e epilepsia. O tempo de diagnóstico variou de menos de um ano a doze anos de idade. O DE ‘falta de adesão’ foi identificado em 100% dos participantes em algum momento da avaliação, seguido da ansiedade (84,6%), campo energético perturbado (69,3%), dor (69,3%), atividade de recreação deficiente (61,5%) e insônia (53,8%). Os resultados pré e pós intervenção revelaram que, para a escala de ansiedade, o escore após a realização da LA foi menor em média (4.5; DP ± 2.8) do que antes da realização da mesma (6.8; DP ± 3.5); a frequência respiratória foi menor em mediana (20 irpm) após a realização da LA do que antes de sua realização da mesma (22 irpm); a média da frequência cardíaca reduziu (75.69 bpm; DP ± 10.20 irpm) após a aplicação da LA. Já a saturação do O 2 aumentou em média (97.77; DP ± 1.42) após a aplicação e a dor se manteve constante antes da aplicação e nos 3 momentos posteriores; apenas 15,4% participantes referiram dor no momento da avaliação que, apesar de sua relevância clínica, foi um n inexpressivo para avalição estatística.