Desenvolvimento de competências emocionais nos estudantes de enfermagem no primeiro ensino clínico
Publication year: 2013
É no contacto com a prática clínica que o estudante desenvolve algumas competências que não são passíveis de se desenvolverem ao longo da componente teórica da formação inicial. Assim, logo no primeiro período de aprendizagem clínica devem ser adotadas estratégias promotoras do desenvolvimento de competências emocionais, já que a presença do estudante neste contexto e o contacto prolongado com o professor de enfermagem constituem fatores indicados para a implementação de programas que favoreçam o desenvolvimento da Inteligência Emocional (IE).
Pretendendo analisar a influência do ambiente supervisivo, no desenvolvimento da IE, durante o 1º período de ensino clínico (EC), dos estudantes do Curso de Licenciatura em Enfermagem (CLE), foram elaboradas as seguintes hipóteses de investigação: A frequência do primeiro EC e o ambiente supervisivo contribuem para o desenvolvimento das competências emocionais dos estudantes e; as dimensões do ambiente supervisivo são preditoras do desenvolvimento das competências da IE dos estudantes durante o 1º EC.
Adotou-se a metodologia quantitativa, pré-experimental com avaliação em dois momentos. Os dados foram colhidos com recurso aos questionários ?Capacidades da IE em enfermeiros?, (1º e 2º momentos) e CLES+T (2º momento). Os dados foram tratados estatisticamente a partir do IBM.SPSS.19. Cento e quarenta e um estudantes a realizar EC de fundamentos de enfermagem, no 1º semestre do ano letivo 2012-2013 constituem a amostra.
Entre os principais resultados destaca-se que após o ensino clínico os estudantes evidenciam uma autoperceção mais baixa das capacidades autoconsciência, gestão das emoções e automotivação. Contudo, percecionam positivamente as suas competências emocionais e o ambiente de aprendizagem clínico. Há correlação negativa entre a autoconfiança e a componente relacional do professor de enfermagem e correlação positiva entre a empatia e o estilo de liderança do enfermeiro chefe, e, também, entre a gestão dos relacionamentos em grupos e o contexto pedagógico, a relação supervisiva e a componente relacional do professor de enfermagem. Conclui-se que os achados podem dever-se a algumas especificidades deste EC, bem como do modelo supervisivo adotado que importa continuar a explorar.