Contributos da intervenção do enfermeiro de reabilitação na evolução da independência funcional do doente após AVC
Publication year: 2013
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo e a causa mais importante de morbilidade e incapacidade a longo prazo na Europa. Atualmente é a primeira causa de morte em Portugal e responsável por uma elevada taxa de incapacidade nos nossos habitantes, contribuindo de forma significativa para a diminuição do bem estar e da qualidade de vida dos que são acometidos por esta patologia. A reabilitação surge, neste contexto, como um meio que visa minimizar a incapacidade destes doentes, promovendo a sua adaptação futura através do desenvolvimento de novas capacidades e da aprendizagem de recursos que lhes permitam viver com as incapacidades residuais permanentes.
A presente investigação, de caráter quase-experimental, enquadra-se numa metodologia quantitativa e tem por objetivo identificar os contributos que os cuidados do enfermeiro de reabilitação têm, no âmbito da evolução da independência funcional dos doentes após o AVC, internados no serviço de medicina interna do Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE (HDFF, EPE). A amostra é constituída por 60 doentes com AVC internados no serviço de medicina internado do HDFF, EPE, entre Fevereiro e Agosto de 2013, dos quais 30 constituíram o grupo de controlo e os restantes 30, o grupo experimental. Para o efeito foi aplicado um questionário de caracterização sócio-demográfica e clínica, e a escala de Medida de Independência Funcional (MIF) em três momentos distintos (no momento da admissão no serviço, às 72h e no momento da alta), da amostra em estudo.
Os dados foram tratados com base no programa Statistical Package for the Social Science.19 (IBM.SPSS.19) utilizando a estatística descritiva e inferencial. Os resultados obtidos evidenciam que a evolução da independência funcional entre os três momentos da avaliação é consideravelmente superior no grupo experimental e que essas diferenças são estatisticamente significativa para todas as dimensões da MIF. Conclui-se que os cuidados do enfermeiro de reabilitação, têm poder explicativo nos ganhos em termos de independência funcional dos doentes após AVC, contribuindo de forma significativa para uma evolução positiva da independência funcional desses doentes.