O Cuidado de enfermagem na prevenção das flebites

Publication year: 2013

A flebite é uma complicação com elevada taxa de incidência hospitalar (Mangerote et al. 2011; Urbanetto et al. 2011; Infusion Nurses Society, 2011). As suas consequências são graves para a saúde da pessoa, implicando ainda custos económicos acrescidos. Apesar do conhecimento disponível sobre os vários fatores de risco e sobre as boas práticas recomendadas na prevenção da infeção associada ao cateter venoso, reconhece-se que os resultados tardam em melhorar e se constituem como um desafio para os enfermeiros, Como principais objetivos definiram-se: identificar a percentagem de flebites na venopunção periférica nos doentes internados num serviço de área médica de um hospital central e analisar alguns fatores de risco de flebite. Desenvolveu-se um estudo observacional, descritivo-correlacional. Os dados recolhidos durante 76 dias, através de uma grelha de observação incluíram, entre outras variáveis, as relacionadas com o doente (género e idade), com a medicação (antibioterapia, terapêutica de manutenção e polimedicação) e com os cuidados de enfermagem na inserção e otimização do CVP (calibre, local, higienização das mãos do enfermeiro, desinfetante da pele, fixação, tempo de permanência). Incluíram-se 175 CVP (em 75 doentes), cujos critérios principais foram terem sido introduzidos apenas no serviço de internamento, em doentes adultos. Verificou-se uma taxa de flebite de 37,4% (Grau I ? 6,7%; Grau II ? 17,9%; Grau III ? 9,7%; Grau IV ? 3,1%). A análise das variáveis em estudo permitiu identificar a coexistência de vários fatores de risco, no entanto apenas o tipo de solução desinfetante do local a puncionar revelou correlação estatisticamente significativa com o desenvolvimento de flebite (menor taxa com Álcool 70% do que com Clorohexidina 2%). Os resultados deste estudo fornecem bases para a reflexão sobre os fatores de risco modificáveis, contribuindo para a promoção de estratégias e medidas de melhoria da taxa de flebite.