Percepção dos enfermeiros sobre a formação em serviço

Publication year: 2011

A formação em serviço, através de um planeamento adequado, visa colmatar as necessidades de formação dos enfermeiros e promover o desenvolvimento de competências nos contextos e para os contextos de trabalho. Assim, considerámos pertinente estudar a temática: ?Como vêem os enfermeiros a formação em serviço?, tendo como questão de partida ?Como percepcionam os enfermeiros a formação em serviço??, com a finalidade de compreender a situação actual e identificar alguns factores que possam no futuro melhorar a formação em serviço, indo ao encontro das expectativas de quem nela participa.

Foram delineados dois grandes objectivos:

analisar a percepção dos enfermeiros relativamente à formação em serviço, e analisar as relações entre as várias dimensões da percepção dos enfermeiros sobre a formação em serviço e alguns factores sociodemográficos, profissionais e relativos à formação em serviço. Foi realizado um estudo quantitativo descritivo-analítico e transversal. Os dados foram colhidos através de um questionário, constituído por uma escala de ?Opinião dos Enfermeiros sobre a formação em serviço? de Ferreira (2004). Este foi aplicado durante os meses de Abril, Maio e Junho de 2010, a uma amostra constituída por Enfermeiros que exercem funções nos serviços de Medicina, Ortopedia, Cirurgia, UCIP e Pediatria do HSTV, EPE. Os resultados e conclusões mais relevantes deste estudo mostram-nos que, a maioria dos enfermeiros concorda bastante que a formação em serviço contribui para a actualização de conhecimentos, e é importante pois motiva a investigação. Contribui ainda, para o desenvolvimento de competências, uma vez que permite a partilha de saberes entre os diversos elementos da equipa. Satisfaz as necessidades de formação quando promove a reflexão e o debate acerca dos problemas sentidos, e tem utilidade prática quando propõe a resolução de problemas.

Os factores condicionantes da eficácia da formação referidos pelos inquiridos são:

não reconhecimento e compensação pelo empenho da equipa, a falta de estratégias de motivação e a falta de avaliação da mesma. A maioria dos inquiridos referiu como estratégias de motivação para a adesão à formação em serviço, o envolvimento da equipa na tomada de decisão do projecto a seguir, o reforço positivo pelo empenho e o empenho activo das chefias na formação e sua avaliação. No que diz respeito ao planeamento da formação, 50,8% dos enfermeiros inquiridos reconhecem que existe uma atitude passiva, por parte deles, na sua consecução. A maioria (44,4%) considera que, para que o planeamento vá ao encontro dos objectivos individuais de cada um, este terá que incentivar a reflexão e a investigação sobre o aspecto relacional entre profissionais e estes e os utentes. Referem ainda, que o responsável pela formação tem que ser um elemento reconhecido pela equipa e ter como principais características a liderança, a dinamização, entre outras. Concluímos, também, que algumas das dimensões que compõem a percepção dos enfermeiros sobre a formação em serviço variam consoante o género, a idade, o serviço onde exerce funções e a experiência como responsável pela formação.