Experiência clínica simulada: Ganhos em conhecimento e autoconfiança pelos enfermeiros no cuidar do doente crítico

Publication year: 2013

Num mundo em mudança, a melhor preparação dos enfermeiros para a prestação de cuidados de qualidade, em contexto hospitalar, tem sido alvo de preocupação. A simulação surge, nesta linha, como uma estratégia de ensino e aprendizagem que demonstrou, em investigação científica, conduzir a ganhos para os enfermeiros em termos de conhecimento e de autoconfiança na sua prática profissional. De forma a permitir uma análise desta problemática foi efetuada uma revisão sistemática da literatura com o objetivo de ?conhecer de que modo a prática simulada interfere na autoconfiança e conhecimento dos enfermeiros em contexto hospitalar?. Verificou-se, através desta metodologia, que as evidências científicas apresentam benefícios para os enfermeiros em termos de conhecimento e de autoconfiança, quando sujeitos a experiências clínicas simuladas. Acrescenta-se que apesar das mais-valias percebidas pela análise dos documentos, existe uma carência de estudos que integrem enfermeiros, como amostra, bem como também de estudos portugueses, que integrem a aplicação desta estratégia. Tendo em conta esta realidade, planeou-se um estudo com o objetivo avaliar o impacto da prática simulada na autoconfiança e no conhecimento dos enfermeiros para intervenção em situação de urgência. Trata-se de um estudo quase-experimental, com um desenho de séries temporais interrompidas simples.

Foram aplicados vários instrumentos de colheita de dados:

Questionário de caracterização sociodemográfica e profissional; Teste de avaliação de conhecimentos teóricos; Escala de autoconfiança (Martins et al., 2013); Escala de ganhos percebidos pelos formandos com a simulação, (Baptista, Martins e Pereira., 2013). A amostra do estudo foi constituída por 21 enfermeiros. Os resultados demonstraram benefícios em termos de conhecimento e de autoconfiança significativamente superiores após a participação na sessão de simulação. Observou-se que o facto de existirem duas sessões teóricas, em diferentes dias, não resultou em diferenças estatisticamente significativas, em termos de aquisição de conhecimento e de autoconfiança. Foi possível também inferir que existem ganhos percebidos pelos formandos com a sessão de simulação e que os enfermeiros reconhecem os contributos da simulação para o seu desempenho profissional na prática clínica.