Cannabis na adolescência e esquizofrenia: O que sabem os jovens e o que devem saber

Publication year: 2012

Em Portugal, entre 2001 e 2007, registou-se um aumento do consumo de cannabis de 12,4% para 17% na população jovem adulta (IDT, 2008). Os estudos científicos mais recentes apontam para uma relação causal entre o uso de cannabis na adolescência e o aumento da ocorrência de esquizofrenia. Dada a gravidade desta patologia, considera-se por isso necessário intervir, de forma preventiva e o mais precocemente possível.

As questões de investigação formuladas foram as seguintes:

Qual o conhecimento dos jovens acerca da relação entre cannabis e esquizofrenia? Que intervenções podem ser realizadas para promover a saúde mental destes jovens, em função dos ciclos escolares? Pretende-se assim realizar o diagnóstico de situação acerca do conhecimento dos jovens sobre a cannabis e a sua relação com a esquizofrenia, seguindo-se a formulação de propostas de intervenção nesta área. Foi para isso desenvolvido um estudo de caráter descritivo e exploratório, com base numa amostra aleatória estratificada, constituída por estudantes do 2º e 3º ciclo e secundário das escolas da área de abrangência do Centro de Saúde de Celas, num total de 688 alunos. A colheita de dados foi realizada através de um questionário de autopreenchimento, por nós elaborado, respondido em sala de aula, seguindo-se, a pretexto da sua correção, uma sessão de educação para a saúde sobre o tema ? ?Cannabis e Esquizofrenia na Adolescência ? o que sabem os jovens e o que devem saber? ?. O tratamento dos dados baseou-se na estatística descritiva. Os resultados deste nosso estudo, permitiram-nos concluir existir ainda muita falta de informação acerca da relação entre o consumo de cannabis e a ocorrência mais frequente e precoce de esquizofrenia e, que ações de educação para a saúde, mesmo de curta duração, estruturadas e desenvolvidas com base nos conhecimentos identificados, são eficazes na aquisição de conhecimentos e na mudança de algumas atitudes e comportamentos nos adolescentes.