Morte em contexto hospitalar: Vivências dos enfermeiros

Publication year: 2013

A enfermagem, enquanto profissão, tem como essência o conceito de Cuidar, devendo estar presente em todas as fases do ciclo de vida, incluindo o fim de vida. A dignidade da Pessoa é uma referência conceptual do enfermeiro que, na procura da excelência do cuidar deve desenvolver competências relacionais que lhe permitam assistir o doente/família numa fase terminal. Atendendo à natureza do fenómeno em estudo “Fim de vida, perceção e vivência de quem cuida” e ao facto de se tratar de uma temática pouco explorada, optou-se por um estudo de natureza qualitativo com abordagem fenomenológica, onde se pretende conhecer como os enfermeiros gerem a sua presença junto da pessoa/família em fim de vida. Para o efeito, o enquadramento teórico abrange o conceito de cuidar em Enfermagem em fim de vida numa perspectiva deontológica e de competência relacional, a problemática da morte, caracterizando os doentes em fim de vida, as fases de adaptação do doente terminal, as fases de adaptação da família e o sofrimento que lhe está inerente, bem como dos que prestam cuidados. A recolha de informação decorreu de Maio a Setembro de 2012, sendo realizada através de entrevista semiestruturada com recurso e gravação áudio e posterior transcrição. Os participantes (8 enfermeiros) foram selecionados de forma intencional tendo em conta os critérios de inclusão, as considerações éticas e operacionais inerentes à investigação, bem como os princípios da saturação de dados. O tratamento da informação baseou-se nas etapas processuais de Colaizzi(1978), que preconiza o retorno aos participantes no sentido de validar as transcrições. Neste estudo emergiram seis temas que se dividiram em vários subtemas, revelando-se muito importantes para a compreensão da problemática tendo em conta o objetivo geral que é: “Compreender como os enfermeiros vivenciam o processo de morte da Pessoa e Família em fim de vida”. As principais conclusões centram-se nos fatos de os enfermeiros, identificarem os doentes em fim de vida com base no diagnóstico, na informação clínica, na sua experiência, na comunicação não-verbal e na falência das funções orgânicas, valorizando a importância do apoio afetivo e relacionamento humano na prestação de cuidados. Adotando estratégias para minimizar o sofrimento e promover o bem-estar, realçando, a gestão terapêutica no alívio da dor, a importância da relação de ajuda e a interação enfermeiro/família. Bem como identificam alguns constrangimentos inerentes à prestação de cuidados aos doentes/família em fim de vida. Mediante as características da abordagem utilizada a sua extrapolação não é possível sendo que as conclusões apenas se referem a estes participantes.