Preparação da alta hospitalar da pessoa com enfarte agudo do miocárdio

Publication year: 2013

O Enfarte Agudo do Miocárdio, constitui a manifestação mais grave da doença coronária, é uma das principais causas de internamento hospitalar, provocando alterações na qualidade de vida da pessoa. A preparação da alta hospitalar é um processo importante do plano de tratamento, e uma das apreensões para assegurar a recuperação e evitar reinternamentos. Neste contexto, o enfermeiro desempenha um papel imprescindível na prestação de cuidados de enfermagem à pessoa com esta patologia no sentido de satisfazer as suas necessidades, e promover o bem-estar. Assim, conhecer o significado da doença vivido pela pessoa, possibilita uma atuação de enfermagem direcionada às necessidades, no sentido de promover uma adaptação a uma circunstância de vida diferente. A reflexão destes factos conduziu à questão ?Como vivencia a pessoa com Enfarte Agudo do Miocárdio a preparação para a alta hospitalar??. No sentido de obter resposta a esta questão, pretendemos analisar como vivencia a pessoa com Enfarte Agudo do Miocárdio a alta hospitalar. Atendendo à natureza do fenómeno, optou-se por um estudo qualitativo com abordagem fenomenológica. A colheita da informação, decorreu de março a maio de 2011 e foi realizada através da entrevista semiestruturada. Os participantes foram selecionados de forma intencional, com base no princípio da saturação de dados, perfazendo um total de dez pessoas com Enfarte Agudo do Miocárdio. A análise da informação decorreu de acordo com as etapas processuais preconizadas por Giorgi. Do processo de análise, surgiram as unidades de significado da experiência vivida pela pessoa com Enfarte Agudo do Miocárdio na preparação para a alta hospitalar, e assim emergiu uma estrutura essencial, com os diferentes constituintes - chave em diferentes contextos. Os dados evidenciaram que a vivência da pessoa com EAM na preparação para a alta, centra-se em torno da perceção das causas da doença, das preocupações com a ocorrência da doença, da previsão de uma reestruturação dos hábitos de vida, e da valorização da informação na preparação para a alta, salientando que esta deve ser adaptada às necessidades da pessoa. Na generalidade além destes aspetos evidenciaram-se também a necessidade de mais esclarecimentos na preparação para a alta, por parte dos enfermeiros no sentido de melhorar a intervenção ao nível da educação para a saúde.