Publication year: 2011
Este estudo subordinado ao tema “Adesão ao regime terapêutico proposto à pessoa com
história de EAM – O papel do enfermeiro”, é de âmbito não experimental do tipo
descritivo exploratório e integra metodologia quantitativa e qualitativa. Para o efeito
foram utilizados dois instrumentos de colheita de dados dirigidos a 22 doentes com
história de EAM e a 18 enfermeiros que regularmente prestam cuidados a doentes com
estas caracteristicas. Os sujeitos participantes foram selecionados por conveniência.
Os principais objectivos que delineámos para o presente estudo foram:
identificar as
estratégias que os enfermeiros utilizam para melhorar os indicadores de adesão ao
regime terapêutico proposto às pessoas com história de EAM, conhecer as dificuldades
percepcionadas em torno da promoção da adesão ao regime terapêutico e ainda
conhecer a percepção das pessoas com história de EAM acerca do papel dos
enfermeiros, quanto à tomada de decisão no processo de adesão ao regime terapêutico
proposto.
O estudo permitiu concluir que a incidência do incumprimento do regime terapêutico é
significativa. Os enfermeiros têm a percepção de que se encontram numa posição
privilegiada para intervir, são os profissionais que mais tempo e atenção dedicam ao
problema e portanto acreditam que o êxito deste processo muito depende da sua
persistência e envolvimento. As competências identificadas aos enfermeiros no âmbito
do trabalho desenvolvido em torno da adesão ao regime terapêutico foram ao nível da
componente:
“Diagnóstica”, “Pedagógica”, “Educativa”, “Comunicacional e de
Persuasão”, “Liderança e Coordenação”, de “Visão Holística” e de “Relacionamento
Interpessoal”. As estratégias implementadas pelos enfermeiros, permitiram identificar
seis domínios de intervenção: “Educação para a Saúde”, “Envolvimento da Família ou
Pessoa Significativa”, “Negociação de Objectivos”, “Mobilização de Recursos da
Comunidade”, “Estabelecimento de uma Relação Terapêutica” e ainda “Sinalização e
Referenciação dos Casos Problemáticos”. Finalmente, a referência a um conjunto de
insuficiências ou limitações identificadas ao nível da organização e planeamento da alta,
assim como, no que se refere ao seguimento destes doentes ao longo do tempo.