Crenças em saúde relacionadas com o cancro do colo do útero: Um estudo com mulheres
Publication year: 2022
Este trabalho retrata as competências desenvolvidas ao longo do 2º Ano de Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Numa primeira parte relatam-se as experiências vivenciadas que promoveram a aquisição das competências regulamentadas para o exercício profissional do enfermeiro especialista em Saúde Materna e Obstétrica.
Na segunda parte integra-se um estudo de investigação sobre o cancro do colo do útero. Em Portugal, nas últimas três décadas, a mortalidade por este cancro estabilizou em idades mais avançadas, o que pode ser explicado parcialmente por fatores com impacto na adesão aos programas de rastreio (Ministério da Saúde, 2019). A taxa de cobertura geográfica do rastreio do cancro do colo do útero é de 98,4% a nível nacional. No entanto, na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Águeda II, este indicador ficou aquém do anteriormente referido, tendo 40,88% das mulheres contempladas, realizado citologia, em 2019 e 41,73% em 2020.
Importa, deste modo, caracterizar a amostra em termos sociodemográficos, sexuais e ginecológicos, identificar conhecimentos sobre o cancro do colo do útero e identificar as crenças em saúde manifestadas por mulheres em relação ao Cancro do Colo do Útero que possam influenciar a vigilância da sua saúde.
Desenvolveu-se um estudo de carácter descritivo, exploratório, de nível I. A amostra é constituída por 55 mulheres com idades entre os 25 e os 64 anos, inscritas na UCSP de Águeda II. O instrumento de colheita de dados tem por base um questionário já elaborado e adaptado por Patrão e Leal (2001) para estudos semelhantes.
Na Escala de Crenças de Saúde, é possível verificar que a média de resposta nas dimensões ?vulnerabilidade? e ?gravidade? se situam numa crença média, na dimensão ?benefícios? apresentam uma crença elevada, e na dimensão ?obstáculos? apresentam uma baixa crença.
Este trabalho vem dar contributos importantes no cuidado da mulher inserida na família e comunidade no âmbito do planeamento familiar e durante o período pré-concecional, onde se insere a implementação de programas de intervenção e de educação para a saúde de forma a promover famílias saudáveis, como descrito no regulamento de competências do EESMO.
O seu desenvolvimento vem promover a conceção, o planeamento, a coordenação, a implementação e a avaliação de intervenções de rastreio e de diagnóstico da situação de saúde da mulher ajustadas e coerentes.