Publication year: 2022
Introdução:
As ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) são um meio relativamente recente. Destinam-se a garantir cuidados de saúde altamente diferenciados, através da prestação de cuidados em SIV, contendo um enfermeiro na sua tripulação. Torna-se importante traçar o perfil de caraterização do enfermeiro nas ambulâncias de SIV, nomeadamente, o perfil demográfico, perfil académico e perfil profissional. Por outro lado, o ambiente das práticas dos cuidados influência os resultados dos cuidados de enfermagem, tornando-se importante conhecer a perceção dos enfermeiros neste contexto de trabalho. Objetivos:
Caraterizar o perfil dos enfermeiros que exercem funções nas ambulâncias de SIV em Portugal continental e conhecer a perceção dos enfermeiros relativamente ao ambiente de prática de enfermagem nestes meios. Metodologia:
Estudo descritivo, correlacional e transversal, com uma abordagem quantitativa, envolvendo 92 enfermeiros que exercem a sua prática de enfermagem nas ambulâncias de SIV. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário sociodemográfico e da versão portuguesa da Practice Environment Scale of Nursing Work Index (PES-NWI). Foram cumpridos os pressupostos éticos. Os dados obtidos, foram tratados e analisados através de estatística descritiva e inferencial com recurso a um aplicativo informático. Resultados:
A maior parte dos enfermeiros que trabalham nas ambulâncias de SIV é do género masculino (63%), com uma média de idade de 39,73 anos. Relativamente a habilitações literárias, a maioria dispõe da licenciatura em enfermagem. A especialidade de enfermagem médico-cirúrgica é a mais predominante, no entanto, apenas uma parte destes, dispõe da categoria profissional de enfermeiro especialista. Os resultados sugerem que os enfermeiros que exercem nas ambulâncias de SIV consideram que o ambiente de prática de enfermagem é desfavorável (média global de 2,38). A única dimensão que os enfermeiros consideram favorável é a relação entre os enfermeiros e os médicos. As restantes dimensões são percecionadas como desfavorável, sendo que, a respeitante à participação dos enfermeiros nas políticas institucionais é a mais desfavorável. Conclusões:
A qualidade dos ambientes de prática de enfermagem evidenciada neste estudo requer uma imediata e profunda intervenção, especialmente nas dimensões participação dos enfermeiros nas políticas institucionais, adequação de recursos humanos e materiais, fundamentos de Enfermagem para a qualidade dos cuidados e gestão, liderança e apoio dos enfermeiros.